Texto I

Um reino bem governado deve ser como uma família cujo soberano é o pai e os cidadãos seus filhos ... O monarca não poderia ser feliz quando seus povos são miseráveis. O príncipe é apenas o primeiro servidor do Estado, obrigado a agir com probidade, sabedoria e completo desinteresse, como se a cada momento tivesse que dar contas de sua administração a seus concidadãos.

Francisco II, rei da Prússia. 1740 - 1786

Texto II

A cada país é necessária uma lei fundamental, ou contrato, entre o povo e o soberano, que limite a autoridade e o poder deste último (...). o poder executivo está no soberano, mas o legislativo no povo e seus representantes (...) O soberano deve prestar conta exata e anual ao povo a respeito de emprego das rendas públicas; ele não tem absolutamente o direito de impor arbitrariamente as taxas.

Leopoldo II, imperador da Alemanha, 1747-1792

RODRIGUE, Joelza Ester. História em documento: imagem e texto. São Paulo: FTD, 2001, p. 35.

Os textos apresentam ideias de alguns reis e imperadores europeus que, no século XVIII, implementaram reformas liberais, influenciados pelos iluministas, marcando um processo histórico conhecido como

Resposta correta: Alternativa C — Despotismo Esclarecido

Tema central: trata-se do fenômeno do século XVIII em que monarcas europeus, influenciados pelas ideias do Iluminismo, promoveram reformas administrativas, fiscais, jurídicas e culturais visando modernizar o Estado sem abdicar do poder. Esse processo é conhecido na historiografia como despotismo esclarecido (ou enlightened absolutism).

Resumo teórico: o despotismo esclarecido combina duas características essenciais: manutenção do poder monárquico centralizado e adoção de reformas racionais inspiradas no Iluminismo — tolerância religiosa, racionalização fiscal, modernização do exército e da administração, incentivo às ciências e às artes. Exemplos clássicos: Frederico II da Prússia, José II da Áustria e Catarina II da Rússia. Fonte de referência: Enciclopédia Britannica (entry "Enlightened absolutism") e manuais de História Moderna.

Justificativa da alternativa C: os trechos citados mostram monarcas que falam em bem-estar do povo, probidade, prestação de contas e limites funcionais ao exercício de poder — tudo característico de governantes que promovem reformas inspiradas pelo Iluminismo, mas continuam como detentores do poder executivo. Isso casa exatamente com a definição de despotismo esclarecido.

Análise das alternativas incorretas:

A – Impérios Liberais: termo impreciso e anacrônico; no século XVIII não se fala em "impérios liberais" como categoria historiográfica para descrever esses monarcas.

B – Monarquias Iluminadas: expressão próxima, usada informalmente, mas menos precisa na literatura; o termo consagrado é despotismo esclarecido, que enfatiza a continuidade do poder absolutista.

D – Monarquias Reformistas: genérico demais. Embora descreva a ação (reformas), não captura a tensão entre modernização e manutenção do poder absoluto, central no conceito correto.

E – Absolutismo Monárquico: refere-se ao regime de poder centralizado sem necessariamente adotar as reformas ilustradas; não sublinha a influência do Iluminismo nem as medidas de modernização apresentadas nos trechos.

Dica de interpretação: procure palavras-chave nos enunciados — "reformas", "bem do povo", "prestar contas" + manutenção do poder executivo no soberano → sinal de despotismo esclarecido. Se o texto apontasse soberania popular ou constituição limitando o rei, então seria outra categoria (p. ex., constitucionalismo).

Fontes: RODRIGUE, Joelza Ester. História em documento; Enciclopédia Britannica – "Enlightened absolutism".

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