O Renascimento foi considerado um marco de
renovação artística, filosófica e cultural ocorrida na
Europa ocidental, a partir do século XV. Por que as
cidades da península itálica foram o berço desse
renascimento?
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: o porquê do Renascimento nascer nas cidades da Península Itálica. É preciso relacionar fatores econômicos, sociais e culturais — sobretudo o papel das cidades-estados, do comércio e do mecenato — para explicar a emergência de um movimento de renovação artística e intelectual.
Resumo teórico conciso: No final da Idade Média as cidades italianas (Veneza, Florença, Gênova, Milão) eram polos comerciais e financeiros em contato direto com o Oriente mediterrâneo e o mundo bizantino. A riqueza gerada pelo comércio marítimo e pelo sistema bancário criou uma burguesia capaz de patrocinar artistas e intelectuais (mecenato). Esse ambiente favoreceu a redescoberta dos clássicos greco-romanos e o florescimento das artes e ciências (ver Burckhardt, The Civilization of the Renaissance in Italy; Encyclopaedia Britannica).
Por que A está correta: A identifica os elementos-chave: economia forte, intercâmbio cultural com o Oriente e uma burguesia comercial atuando como mecenas. Esses fatores explicam tanto o financiamento das artes quanto a circulação de ideias e manuscritos que alimentaram o humanismo e a arte renascentista.
Por que as outras estão incorretas:
B: Falsa temporalidade e factual — o comércio com a América só começou após 1492 e só teve impacto pleno bem depois; o Renascimento já estava bem consolidado em cidades italianas antes desse comércio.
C: Incorreta — não houve migração alemã massiva que explique o surgimento do Renascimento italiano; figuras como Leonardo e Michelangelo eram italianos e formaram-se em contextos locais. O diálogo cultural mais relevante veio do mundo bizantino e islâmico.
D: Equívoco epidemiológico — a Peste Negra afetou também várias cidades italianas; o fator decisivo não foi “menor intensidade da peste”, mas a recuperação econômica, estruturas urbanas e o mecenato.
E: Inválida — não houve uma revolução agrícola que transformou a Península em “celeiro” atraindo diversidade global; o motor foi urbano e comercial, não agrícola.
Dica de prova: Procure sempre os fatores estruturais (econômicos, sociais, culturais) e desconfiar de alternativas que apelam a eventos fora de época ou causas únicas e simplistas.
Fontes recomendadas: Jacob Burckhardt, The Civilization of the Renaissance in Italy; Encyclopaedia Britannica (artigo "Renaissance").
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