A “burguesia triunfante”, a que se refere o texto I, expressou
seu poder político, dentre outros,
I.
Dentre essas Revoluções Atlânticas,
denominação adotada por vários historiadores,
destaca-se a Revolução Industrial, que,
promovida pela burguesia triunfante, representou
o momento decisivo da vitória do capitalismo como
forma de produção econômica predominante e
única em várias sociedades da Europa Ocidental.
Isso é o mesmo que dizer que, a partir desse
momento, a sobrevivência da maioria das
pessoas teria por base um trabalho assalariado.
(AQUINO et al., 1993, p. 114).
II.
A própria integração da economia global
acentuou-se a partir dos anos 1990, por intermédio
da revolução tecnológica, especialmente no setor
de telecomunicações. A internet, rede mundial de
computadores, revelou-se a mais inovadora
tecnologia de comunicação e informação do
planeta. A troca de informações (dados, voz e
imagens) tornou-ser quase instantânea, o que
acelerou muito o fechamento de negócios. [...]Com a expansão do comércio e as facilidades da
rede mundial de computadores, ocorreu a
intensificação do fluxo de capitais entre os países.
A busca de maior lucratividade levou as empresas
a investir cada vez mais no mercado financeiro,
que se tornou o epicentro da economia
globalizada. (A HEGEMONIA..., 2008, p. 152-153).
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa B
Tema central: trata-se da ascensão política da burguesia — como classe social que consolidou o capitalismo — e das formas históricas pelas quais expressou esse poder político. Para resolver a questão é preciso relacionar atores sociais (burguesia), processos (revoluções) e objetivos (garantir direitos à propriedade, livre comércio e instituições favoráveis ao capital).
Resumo teórico: a expressão política da burguesia ocorreu em revoluções que romperam com o absolutismo e com travas feudais/mercantilistas, implantando parlamentos, constituições e garantias legais ao mercado. Exemplos clássicos: as revoluções inglesas do século XVII (Civil War, 1642–1651; Revolução Gloriosa, 1688) e a Revolução Americana (1776), que limitaram o poder monárquico e asseguraram liberdades econômicas — visão discutida por historiadores como Eric Hobsbawm (The Age of Revolution) e estudiosos do período inglês como Christopher Hill.
Justificativa da alternativa B: a alternativa B indica corretamente que a burguesia consolidou seu poder nas revoluções inglesas do século XVII e na revolta das colônias inglesas da América do Norte. Nessas conjunturas a classe burguesa buscou e obteve reformas políticas que favoreceram o investimento, a livre iniciativa e a proteção da propriedade — condições essenciais para a expansão capitalista e o trabalho assalariado.
Análise das incorretas:
A) Falsa: as Companhias das Índias (Holandesas) são fenômeno do século XVII e foram instrumentos comerciais/mercantilistas, não expressão direta da burguesia triunfante do capitalismo industrial; além disso o enunciado cita “século XIX”, incorreto.
C) Falsa: corporações de ofícios representam formas pré-capitalistas de regulação da produção (restritivas ao livre mercado) — não a afirmação do poder burgês.
D) Falsa: as revoluções de 1830 e 1848 foram movimentos liberais/risorgimentistas na Europa; não houve aliança estável burguesia‑proletariado (essa só é teoria socialista). Nas ex-colônias ibéricas da América, as independências do início do século XIX foram lideradas por elites locais, não por uma aliança burguesia‑proletariado.
E) Falsa: apoiar países absolutistas contra a França revolucionária seria ato conservador — contrário à ação política da burguesia triunfante.
Dica de interpretação: foque em quem se beneficia das mudanças políticas (quem ganha direitos de propriedade e liberdade econômica) e em sinais cronológicos (séculos XVII–XVIII indicam o contexto inglês e americano).
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