Questão c6e34494-fd
Prova:UNICENTRO 2018
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Valendo-se de um tom de contestação, o poema “Não há Vagas” critica, fundamentalmente,
Valendo-se de um tom de contestação, o poema “Não há Vagas” critica, fundamentalmente,
Texto para a questão: Não há vagas
Ferreira GullarO preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
Gullar, Ferreira in 'Antologia Poética'. Disponível em Acesso em 08 de
ago. 2018.
Texto para a questão:
Não há vagas
Ferreira Gullar
O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
- porque o poema, senhores,
está fechado:
"não há vagas
está fechado:
"não há vagas
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
não fede
nem cheira
Gullar, Ferreira in 'Antologia Poética'. Disponível em Acesso em 08 de
ago. 2018.
A
a escassez de emprego e a carência com relação aos gêneros alimentícios de primeira necessidade,
como “arroz” e “feijão”.
B
a alienação de determinado tipo de poeta, para quem os problemas sociais e os dramas diários não
devem afetar a poesia.
C
o marasmo do funcionário público “fechado em arquivos” e do operário “nas oficinas escuras” diante de
suas próprias mazelas sociais.
D
a desigualdade social e a injustiça face àqueles que passam fome, não encontram emprego, pois nunca
“há vagas”.
E
as relações perversas entre patrão e empregado, denunciando a falta de sensibilidade e de justiça
social.