Oficialmente, o mundo não acordou para a crise dos mís seis em Cuba até o anoitecer da segundafeira, 22 de outubro de 1962, quando o presidente [John] Kennedy falou pela primeira vez na televisão para anunciar a presença de mísseis soviéticos em Cuba e declarar sua intenção de impor um blo queio naval. [...] Pela primeira vez desde que os Estados Unidos jogaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki em 1945, centenas de milhões de pessoas em todo o globo temeram que armas nucleares pudessem ser usadas outra vez.
O texto se refere à chamada “crise dos mísseis de Cuba”,
O texto se refere à chamada “crise dos mísseis de Cuba”,
Gabarito comentado
Resposta: Alternativa E
Tema central: a Crise dos Mísseis de Cuba (outubro de 1962) foi um dos momentos mais perigosos da Guerra Fria, em que a descoberta de mísseis soviéticos em solo cubano levou EUA e URSS à beira do confronto nuclear. Entender antecedentes (Revolução Cubana, Bay of Pigs, política de contenção), a dinâmica da crise (bloqueio naval — chamado "quarentena" — negociações secretas) e seu desfecho é essencial.
Resumo teórico: após 1959, Cuba alinhou‑se com a URSS; os EUA tentaram derrubar o regime e impor sanções. Em 1962, para dissuadir invasões e projetar poder, a URSS instalou mísseis; Kennedy respondeu com bloqueio naval e negociação. A retirada mútua (mísseis soviéticos de Cuba e, secretamente, mísseis americanos da Turquia) evitou guerra, reforçando tanto a lógica de dissuasão nuclear quanto a determinação dos EUA em preservar sua influência regional.
Justificativa da alternativa E: ela define corretamente a crise como episódio central da Guerra Fria e mostra que a ação norte‑americana visava manter hegemonia no Hemisfério Ocidental após a Revolução Cubana — a imposição da quarentena e a pressão diplomática/militar são exemplos claros desse esforço.
Análise das alternativas incorretas:
A — Parcialmente enganosa: o embargo comercial dos EUA foi ampliado em 1962, mas o bloqueio naval citado na crise foi uma medida temporária (não "persistente até hoje").
B — Falsa: a revolução derrubou um regime pró‑EUA (Batista); não houve "restabelecimento do controle norte‑americano". Cuba aproximou‑se da URSS.
C — Equivocada: a crise não marcou o fim da hegemonia americana na região; os EUA agiram para conter a influência soviética e, no curto prazo, neutralizaram a presença de mísseis na América Latina.
D — Incorreta: embora tenha impacto diplomático, a crise não foi o ponto de partida de um ciclo de revoluções sociais na América Latina nem inaugurou uma nova forma duradoura de relações EUA‑AL nesse sentido.
Estratégia de prova: identifique palavras-chave (ex.: "episódio central", "persiste até hoje", "fim da hegemonia") e cheque temporalidade/escopo — medidas temporárias não podem ser apresentadas como permanentes; verifique também se a alternativa confunde causa e efeito (quem venceu/quem foi reforçado).
Fontes consultadas: Biblioteca Presidencial John F. Kennedy; Encyclopaedia Britannica; Graham T. Allison, The Cuban Missile Crisis.
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