Questão c27892e7-c2
Prova:UNESPAR 2016
Disciplina:Filosofia
Assunto:Conceitos Filosóficos

Em 1962, o físico norte-americano Thomas Kuhn publicou o livro A estrutura das revoluções científicas, obra que contribui para a construção de uma história das ideias e das ciências e foi fundamental para o desenvolvimento da filosofia da ciência. Segundo Kuhn, a estrutura básica do desenvolvimento de uma disciplina científica passa pelas seguintes etapas:

A
Hipóteses → ciência normal→ crise →revolução → novas hipóteses → nova ciência normal → nova crise → nova revolução;
B
Hipóteses → ciência normal → revolução → novas hipóteses →nova ciência normal →nova revolução;
C
Fase pré-paradigmática→ciência normal → crise →solução →nova fase pré-paradigmática →nova ciência normal →nova crise →nova solução;
D
Hipóteses → método → crise →revolução → novas hipóteses →novo método →nova crise →nova revolução;
E
Fase pré-paradigmática → ciência normal → crise →revolução → nova fase pré-paradigmática →nova ciência normal →nova crise →nova revolução.

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Resposta correta: E

Tema central: trata-se da teoria dos paradigmas e das fases do desenvolvimento científico segundo Thomas Kuhn (A Estrutura das Revoluções Científicas, 1962). É essencial para provas de filosofia da ciência identificar termos-chave: fase pré‑paradigmática, ciência normal, crise e revolução.

Resumo teórico: Para Kuhn, no início há uma fase em que não há consenso (fase pré‑paradigmática). Quando um paradigma é aceito inicia-se a ciência normal, dedicada a resolver problemas dentro daquele quadro. Acúmulo de anomalias gera crise, seguida por uma revolução científica que substitui o paradigma antigo por outro. Após a revolução há um período de disputa e consolidação do novo quadro, que então dá início a uma nova ciência normal — o ciclo recomeça.

Por que a alternativa E é a correta: E apresenta a sequência clássica proposta por Kuhn: início sem paradigma estável (fase pré‑paradigmática), estabelecimento de ciência normal, crise diante de anomalias, revolução e, em seguida, um período de rearranjo conceitual que leva à consolidação de um novo modo de fazer ciência (nova ciência normal). A alternativa registra o caráter cíclico e o momento de disputa entre paradigmas após a revolução, correspondendo à interpretação clássica da obra de Kuhn (Kuhn, 1962).

Análise das alternativas incorretas:

A: Usa “hipóteses” em vez de paradigma — reduz o conceito kuhniano de quadro teórico e não enfatiza a fase pré‑paradigmática de disputa inicial.

B: Omite a crise como etapa distinta; a crise é crucial para desencadear a revolução segundo Kuhn.

C: Introduz “solução” em vez de “revolução”; Kuhn não vê uma simples solução, mas uma mudança de paradigma que transforma pressupostos e métodos.

D: Centra-se em “método”; Kuhn destaca paradigmas (exemplos, leis, técnicas), não um progresso linear por mudança de método.

Estratégia para provas: procure termos técnicos kuhnianos (pré‑paradigmático, ciência normal, anomalia/crise, revolução, mudança de paradigma). Desconfie de alternativas que substituem essas palavras por “hipóteses”, “método” ou “solução”, pois alteram o sentido teórico.

Fonte: Thomas S. Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas (1962).

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