Com base no texto, considere as afirmativas a seguir.
I. A morte de Steve Jobs aplacou o interesse por sua genialidade e capacidade criativa.II. As atitudes intempestivas de Steve Jobs eram resultado de sua formação acadêmica.III. Steve Jobs não sabia se relacionar com as pessoas e, mesmo assim, foi um líder extraordinário.IV. Steve Jobs foi um revolucionário da era atual, a exemplo de grandes inventores do passado.
Assinale a alternativa correta.
Steve Jobs, fundador da Apple, é aquele tipo de líder que marcou tanto a nossa geração que ainda durante
muitos anos surgirão novos livros, filmes e histórias sobre passagens marcantes da sua vida que vale a
pena conhecermos. Tanto exemplos positivos quanto outros que mostram exatamente o que não devemos
fazer em nossas empresas. Mas, por que ele foi tão especial assim? Porque revolucionou nada menos
do que seis diferentes mercados: computadores pessoais, filmes de animação, música, telefonia, tablets
e publicação digital. Quem mais, em seu tempo, mudou o curso das coisas tão drasticamente ao longo
das últimas décadas – ou mesmo séculos atrás? Talvez Leonardo da Vinci e olhe lá. Desde a morte
dele, em outubro de 2011, muito se discute de onde vinha a sua incrível capacidade de atrair profissionais
supertalentosos e extrair o melhor dessas pessoas, se no dia a dia era visto como intratável por quem o
conhecia de perto. Sim, Jobs era aquele tipo de líder que, ao conhecê-lo, logo classificaria você como
extraordinário ou imbecil. Sem meio-termo. E um detalhe: para ele, a maior parte das pessoas fazia
parte do time dos imbecis. Aliás, daí vem outra dúvida: como alguém assim pode ser considerado um
bom exemplo de líder? Especialmente, num momento da história em que o relacionamento líder-liderado é
colocado como condição básica para o sucesso de qualquer gestor? O fato é que Jobs compensava a sua
falta de tato pessoal com uma incrível capacidade de inspirar todo mundo ao seu redor. Ele sabia despertar
significado, senso de propósito, vontade de “chegar lá” ou qualquer outro nome que você dê àquele brilho
nos olhos que leva todos nós a mover céus e terra até atingir o objetivo traçado. Ainda que destratados,
vários colaboradores diretos conseguiam relevar suas malcriações porque sentiam que trabalhar ao lado
dele lhes possibilitava uma chance real de mudarem o mundo. Ter um chefe que falava coisas duras e
despropositadas não era motivo suficiente para abandonarem o que sempre sonharam encontrar em suas
carreiras. O que estou querendo dizer é que se você consegue inspirar as pessoas que trabalham contigo,
elas são capazes de tolerar alguns dos seus “deslizes” porque acreditam na causa e se sentem realizadas
por participar de algo grande.(Adaptado de: MOREIRA, W. A liderança de Steve Jobs. Folha de Londrina. 16 jul. 2016. Economia e Negócios. p.2.)
Gabarito comentado
Tema central: Interpretação de Textos. A questão avalia a capacidade do candidato de compreender ideias explícitas e implícitas, bem como de reconhecer inferências e relações entre frases e argumentos em um texto dissertativo.
Justificativa da alternativa correta – C) Somente as afirmativas III e IV são corretas:
Afirmativa III: Está correta. O texto enfatiza que Steve Jobs tinha dificuldade de se relacionar (era visto como "intrantável" e rude), mas, apesar disso, foi um líder extraordinário, pois inspirava seus colaboradores. Assim, a frase está de acordo com o conteúdo textual.
Afirmativa IV: Correta também. O texto compara Jobs a grandes inventores do passado (especialmente Leonardo da Vinci), dizendo que ele revolucionou vários setores. Isso faz com que seja possível identificar Jobs como um "revolucionário da era atual".
Análise das alternativas incorretas:
I. Incorreta. O texto afirma que, mesmo após a morte de Jobs, novos livros, filmes e discussões sobre ele continuam surgindo, mostrando manutenção do interesse e não seu arrefecimento.
II. Incorreta. Não há menção ou sugestão de que as atitudes intempestivas de Jobs estejam relacionadas à sua formação acadêmica. O texto apenas descreve suas características, não as origens delas.
Estratégias de leitura: Fique atento a termos como “após a morte”, “ainda continuam” ou “compensava a falta de tato”, pois sinalizam relações temporais, causais e concessivas importantes para a interpretação. Evite assumir relações de causa e efeito não explicitadas!
Conceitos-chave da norma-padrão destacados pelos gramáticos Bechara (2009) e Cunha & Cintra (2013): a interpretação deve basear-se em coerência textual (conexão lógica entre as ideias do texto) e não em impressões pessoais sobre o tema.
Resumo final: A resposta correta é C) Somente as afirmativas III e IV são corretas. Use a lógica textual, relacione as informações com precisão e sempre elimine alternativas que extrapolem ou distorçam dados do texto.
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