Leia estes versos:
Mataram-nos à traição quando dormiam,
E foram companheiros que os mataram
Não foi a guerra, foi o crime que os matou
Dormiam no quartel, de madrugada,
Mas a seu lado,
Em sinistra vigília,
Companheiros sem alma conspiravam,
Sem alma porque a tinham vendido
Ao estrangeiro de vestes vermelhas....
Eram os flhos malditos de Caim.
MAUL, Carlos. “Toque de Silêncio” .
É CORRETO afrmar que, nesses versos, o autor faz referência
Mataram-nos à traição quando dormiam,
E foram companheiros que os mataram
Não foi a guerra, foi o crime que os matou
Dormiam no quartel, de madrugada,
Mas a seu lado,
Em sinistra vigília,
Companheiros sem alma conspiravam,
Sem alma porque a tinham vendido
Ao estrangeiro de vestes vermelhas....
Eram os flhos malditos de Caim.
MAUL, Carlos. “Toque de Silêncio” .
É CORRETO afrmar que, nesses versos, o autor faz referência
Gabarito comentado
Resposta correta: A
Tema central: Interpretação de um poema que alude a um evento histórico — identificar pistas léxicas (ex.: “vestes vermelhas”, “quartel”, “dormiam de madrugada”, “traidores”) e relacioná‑las ao contexto político brasileiro entre 1930–1960.
Resumo teórico: A Intentona Comunista (novembro de 1935) foi uma insurreição articulada por setores da Aliança Nacional Libertadora (ANL) e por militares simpatizantes do comunismo. Houve ações repentinas em quartéis e tentativas de tomar posições, com repressão violenta pelo governo de Getúlio Vargas. Na linguagem política da época, comunismo = “vestes vermelhas” (cor associada ao movimento soviético).
Por que a alternativa A é a correta?
- O poema denuncia traição dentro de quartéis, violência de madrugada e ligação a um “estrangeiro de vestes vermelhas” — imagens que remetem diretamente à acusação de subversão comunista dirigida aos revoltosos de novembro de 1935.
- A simbologia do “vermelho” e a ideia de conspiradores infiltrados entre companheiros condiz com a narrativa anticomunista e de traição que circulou após a Intentona.
Análise das alternativas incorretas:
- B — Revolução Constitucionalista de 1932: foi uma mobilização paulista contra o governo provisório de Vargas, liderada por civis e parte das elites paulistas; objetivo constitucionalista, não ligado ao comunismo nem a “vestes vermelhas”.
- C — Revolução de Outubro de 1930: golpe que levou Vargas ao poder; caráter amplo (militares e civis) e não uma insurreição comunista em quartéis com “traições” internas como as descritas.
- D — Golpe de 1964: ação militar anti‑comunista que derrubou João Goulart; cronologia e contexto diferentes — não se enquadra na imagem poética de revolta súbita em quartéis ligada ao “estrangeiro vermelho” nos anos 1930.
Dica de prova: Procure palavras‑chave no enunciado (cores, locais — quartel, madrugada, “estrangeiro”) e conecte‑as rapidamente ao contexto histórico mais provável; descarte alternativas com datas/objetivos incompatíveis.
Fontes consultadas (para revisão): Boris Fausto, História do Brasil; verbete “Intentona Comunista (1935)” — CPDOC/FGV.
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