Segundo a historiadora Regina da Luz Moreira, “o retorno dos contingentes da FEB precipitou (...) a queda de Vargas
em 1945" (CPDOC. Disponível em: <http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/...)>.
Assinale a alternativa que justifica a declaração acima, relacionando a atuação do Brasil, por meio da Força
Expedicionária Brasileira (FEB), na Segunda Guerra Mundial com o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945).
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: a questão relaciona a participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) na 2ª Guerra Mundial com a crise e queda do Estado Novo (1937–1945). É preciso entender a contradição entre o discurso democrático contra os regimes fascistas e a manutenção de um governo autoritário no Brasil.
Resumo teórico: a FEB lutou na Itália ao lado dos Aliados; os pracinhas combateram em defesa de princípios democráticos. Ao retornarem, trouxeram experiências políticas e exigências por liberdades civis e eleições. Essa pressão popular e militar agravou a perda de legitimidade do regime varguista, contribuindo para a queda de Vargas em 1945. Fontes: CPDOC/FGV (dossiês sobre a FEB), obras de Boris Fausto e Thomas Skidmore sobre Vargas e o pós‑guerra.
Justificativa da alternativa A: Ao lutar pela democracia na Europa, o governo de Vargas perdeu apoio interno ao manter o regime autoritário. Essa alternativa expõe corretamente a contradição fundamental: o Brasil declarou-se aliado da democracia, mas internamente vivia sob o Estado Novo. O retorno dos soldados reforçou críticas ao autoritarismo — eles e setores civis exigiam eleições e direitos — o que enfraqueceu politicamente Vargas e acelerou sua queda em outubro/novembro de 1945.
Análise das alternativas incorretas:
B — Incorreta por simplificar: os pracinhas não foram o único ou direto agente único da derrubada; foi a soma de pressões civis, militares e políticas. A alternativa sugere que a FEB sozinha conquistou apoio popular suficiente para derrubar o regime, o que é exagero causal.
C — Errada factualmente: a FEB não lutou na Guerra Civil Espanhola nem derrubou o franquismo. Seus combates ocorreram na Itália (ex.: Monte Castelo), não na Espanha.
D — Imprecisa: embora os EUA apoiassem os Aliados, a vitória da FEB em Monte Castelo não gerou um apoio direto norte‑americano para derrubar Vargas. A pressão pela redemocratização foi mais interna e vinculada ao contexto internacional pró‑democracia, não a uma intervenção estratégica americana nesse sentido.
E — Inadequada: o argumento de esgotamento financeiro do Exército é fraco e não é a causa determinante da queda de Vargas. A queda foi política — ligada à perda de legitimidade e à pressão por eleições —, não apenas econômica por gastos militares.
Dica de prova: verifique factualidade (onde e contra quem lutou a FEB?) e diferença entre correlação e causalidade. Procure a alternativa que vincula corretamente o retorno dos combatentes à crise política interna, não versões exageradas ou factualmente erradas.
Fontes indicadas: CPDOC/FGV (dossiê FEB); Boris Fausto, obras sobre o Estado Novo; Thomas E. Skidmore, estudos sobre Vargas e o Brasil no pós‑guerra.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





