O autor manifesta-se explicitamente no texto em:
Leia o trecho do livro Bilhões e bilhões, de Carl Sagan, para
responder à questão.
Espantosamente, a astrofísica moderna está prestes a
determinar percepções fundamentais da origem, natureza e
destino de todo o universo. O universo está em expansão.
Todas as galáxias estão se afastando velozmente umas das
outras no que é chamado de fluxo de Hubble, uma das três
principais evidências de uma enorme explosão na época em
que o universo teve início — ou, pelo menos, sua presente
encarnação. A gravidade da Terra é bastante forte para atrair
de volta uma pedra atirada para o céu, mas não um foguete
com velocidade de escape. E assim acontece com o universo: se ele contém uma grande quantidade de matéria, a gravidade exercida por toda essa matéria vai diminuir e deter a
expansão. Um universo em expansão será convertido num
universo em colapso. E se não há bastante matéria, a
expansão vai continuar para sempre. O presente inventário
de matéria no universo é insuficiente para diminuir a expansão, mas há razões para pensar que talvez exista uma grande quantidade de matéria escura que não trai a sua existência emitindo luz, para a conveniência dos astrônomos. Se o
universo em expansão se revelar apenas temporário, sendo
finalmente substituído por um universo em contração, isso
certamente criará a possibilidade de que o universo passa
por um número infinito de expansões e contrações, sendo infinitamente antigo. Um universo infinitamente antigo não tem
necessidade de ser criado. Sempre esteve ali. Por outro lado,
se não há matéria suficiente para reverter a expansão, isso
seria coerente com um universo criado do nada. Essas são
questões profundas e difíceis que toda cultura humana tem
de algum modo tentado enfrentar. Mas é só na nossa época
que temos uma perspectiva real de desvendar algumas das
respostas. Não por meio de conjeturas ou histórias — mas
por observações reais, verificáveis, passíveis de repetição.
(Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008.)
Leia o trecho do livro Bilhões e bilhões, de Carl Sagan, para responder à questão.
Espantosamente, a astrofísica moderna está prestes a determinar percepções fundamentais da origem, natureza e destino de todo o universo. O universo está em expansão. Todas as galáxias estão se afastando velozmente umas das outras no que é chamado de fluxo de Hubble, uma das três principais evidências de uma enorme explosão na época em que o universo teve início — ou, pelo menos, sua presente encarnação. A gravidade da Terra é bastante forte para atrair de volta uma pedra atirada para o céu, mas não um foguete com velocidade de escape. E assim acontece com o universo: se ele contém uma grande quantidade de matéria, a gravidade exercida por toda essa matéria vai diminuir e deter a expansão. Um universo em expansão será convertido num universo em colapso. E se não há bastante matéria, a expansão vai continuar para sempre. O presente inventário de matéria no universo é insuficiente para diminuir a expansão, mas há razões para pensar que talvez exista uma grande quantidade de matéria escura que não trai a sua existência emitindo luz, para a conveniência dos astrônomos. Se o universo em expansão se revelar apenas temporário, sendo finalmente substituído por um universo em contração, isso certamente criará a possibilidade de que o universo passa por um número infinito de expansões e contrações, sendo infinitamente antigo. Um universo infinitamente antigo não tem necessidade de ser criado. Sempre esteve ali. Por outro lado, se não há matéria suficiente para reverter a expansão, isso seria coerente com um universo criado do nada. Essas são questões profundas e difíceis que toda cultura humana tem de algum modo tentado enfrentar. Mas é só na nossa época que temos uma perspectiva real de desvendar algumas das respostas. Não por meio de conjeturas ou histórias — mas por observações reais, verificáveis, passíveis de repetição.
(Carl Sagan. Bilhões e bilhões, 2008.)
Gabarito comentado
Comentário da Questão – Interpretação de Texto (Manifestação Explícita do Autor)
Tema central: A questão exige do candidato a habilidade de identificar marcas de pessoalidade no texto, ou seja, reconhecer quando o autor se manifesta explicitamente, usando recursos linguísticos que evidenciam sua opinião ou participação direta.
Pela norma-padrão, essa manifestação ocorre, principalmente, pelo uso de pronomes e formas verbais da primeira pessoa, no singular ou plural, indicando que o autor fala de si ou inclui o leitor e a coletividade (como “nós”, “nossa”, “temos”). Isso diferencia frases impessoais ou meramente informativas, mais frequentes em textos dissertativos-argumentativos de tom neutro.
Segundo Cunha & Cintra e Bechara, a primeira pessoa sinaliza “subjetividade e opinião direta” do autor, recurso típico quando se pretende expressar posicionamento claro ou engajar o leitor.
Justificativa da alternativa correta (B):
“Mas é só na nossa época que temos uma perspectiva real de desvendar algumas das respostas.”
Neste trecho, as expressões “nossa” e “temos” evidenciam a presença do autor no discurso: ele se inclui na análise e compartilha sua opinião. Essa é a marca explícita de pessoalidade exigida na questão. Torna claro ao leitor o ponto de vista do autor, pois ele se coloca diretamente no contexto.
Alternativas incorretas:
A) “Um universo infinitamente antigo não tem necessidade de ser criado.”
Impessoal, discurso científico ou filosófico, sem participação do autor.
C) “Por outro lado, se não há matéria suficiente para reverter a expansão, isso seria coerente com um universo criado do nada.”
Discurso hipotético e impessoal, sem marcas da presença do autor.
D) “Essas são questões profundas e difíceis que toda cultura humana tem de algum modo tentado enfrentar.”
Menção a culturas humanas em geral, sem marcas de 1ª pessoa.
E) “E se não há bastante matéria, a expansão vai continuar para sempre.”
Afirmação meramente explicativa, sem envolvimento pessoal.
Dica de prova: Sempre destaque verbos e pronomes que indiquem primeira pessoa (do singular ou plural) ao avaliar pessoalidade. Não caia na armadilha de considerar trechos reflexivos ou explicativos como “opinião do autor” se não houver tal marca ou indicação textual.
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