Questão bd23e51d-b1
Prova:FATEC 2017
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Leia o texto.

Em abril de 1831, Dom Pedro I abdicou ao trono do Brasil em favor de seu filho, Dom Pedro de Alcântara que tinha, então, cinco anos de idade. Uma Regência foi criada para governar até que Dom Pedro II, como ficaria conhecido, atingisse a maioridade e pudesse ser coroado.

Durante o Período Regencial, a política brasileira foi marcada

A
pela intensificação da política expansionista do regente Feijó, que acentuou os conflitos internacionais no Cone Sul (Guerras da Cisplatina e do Paraguai), e pelo aumento progressivo da dívida externa brasileira.
B
pela fragmentação do Império, marcada pela perda de territórios fronteiriços (Província Cisplatina, Amazônia Colombiana) nos combates com as tropas de Simón Bolívar e José de San Martín.
C
pelo pacto federativo, conduzido pelo jovem imperador, que favoreceu as demandas dos regionalistas, concedendo autonomia administrativa às províncias.
D
pela promulgação da primeira Constituição do Império, que sofreu forte resistência das elites regionais por seu caráter centralizador, pela criação do poder Moderador e pela extensão do direito de voto aos analfabetos.
E
pela criação das Assembleias Legislativas Provinciais e pela eclosão de rebeliões em diversas províncias, sendo algumas de caráter popular (como a Cabanagem) e outras comandadas pelas elites regionais (caso da Guerra dos Farrapos).

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: E

Tema central: o Período Regencial (1831–1840) — fase entre a abdicação de D. Pedro I e a maioridade de D. Pedro II. É fundamental conhecer a Ato Adicional de 1834, o enfraquecimento do poder central e as rebeliões provinciais (Cabanagem, Balaiada, Sabinada, Farroupilha, entre outras).

Resumo teórico: Após 1831 houve governação por regências e forte instabilidade política. Para conter crises, aprovou‑se o Ato Adicional (1834), que descentralizou o Império criando Assembleias Legislativas Provinciais e ampliando autonomia local — o que estimulou tanto movimentos populares quanto rebeliões oligárquicas. Conflitos regionais expressaram demandas sociais, econômicas e políticas distintas.

Por que a alternativa E está certa: Ela aponta duas características centrais do período: (1) a criação das Assembleias Legislativas Provinciais (resultado direto do Ato Adicional de 1834) e (2) a eclosão de rebeliões variadas — algumas populares (ex.: Cabanagem na Amazônia) e outras lideradas por elites regionais (ex.: Guerra dos Farrapos no Sul). Isso sintetiza corretamente a descentralização e a fragmentação política da Regência.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta: associa Feijó a política expansionista e às Guerras da Cisplatina e do Paraguai. A Cisplatina (1825–1828) ocorreu antes da Regência; a Guerra do Paraguai foi na República (1864–1870). Feijó foi regente (1835–1837) e enfrentou crises internas, não expansão externa.

B — Incorreta: sugere perda de territórios para Bolívar e San Martín durante a Regência. As independências hispano‑americanas ocorreram na década de 1820, antes da abdicação de D. Pedro I; a referência à “Amazônia Colombiana” é anacrônica e imprecisa.

C — Incorreta: fala de “pacto federativo conduzido pelo jovem imperador”. Na Regência o imperador era menor; a descentralização veio do Ato Adicional (1834) e das pressões regionais, não de um pacto promovido por D. Pedro II jovem.

D — Incorreta: refere‑se à promulgação da primeira Constituição (1824) e ao Poder Moderador — fatos anteriores à Regência. Além disso, a extensão do voto a analfabetos não caracteriza o período; o quadro eleitoral do Império era censitário e restrito.

Dica de interpretação: busque marcadores cronológicos (datas/nomes de leis) e relacione causas e efeitos. Se uma alternativa mistura eventos de períodos claramente distintos, desconfie — pegadinhas comuns em provas.

Fontes recomendadas: Constituição de 1824; Ato Adicional de 1834; José Murilo de Carvalho, “A Formação das Almas”; Carlos Guilherme M. de Vasconcelos, textos sobre a Regência e as revoltas provinciais.

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