Questão bcf706ee-e1
Prova:UCPEL 2004
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Construção do Estado Liberal: Independência das Treze Colônias (EUA)

"Julgamos propícia esta ocasião para firmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservem, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência européia."
MELLO, Ferreira de. Textos de direito internacional e de história diplomática, de 1815 a 1949. Rio de Janeiro: Coelho Branco Filho, 1950, p. 19.

Analisando o texto acima é correto afirmar que

A
ele faz referência ao monroísmo, momento que se caracteriza pela fase final da guerra da independência das colônias hispânicas, quando a Inglaterra apoiava a metrópole ibérica em contraposição ao respaldo da Santa Aliança aos insurgentes americanos.
B
o mesmo se encaixa dentro da doutrina Monroe, a qual negava aos europeus qualquer direito de intervenção no continente americano e não aceitava nenhuma tentativa de supressão à independência recém-conquistada pela maioria dos Estados americanos.
C
a doutrina Monroe foi enviada ao Congresso dos Estados Unidos, em 1823, na fase inicial das guerras de independência das colônias hispânicas e visava a formular uma ação conjunta entre americanos e ingleses, em oposição à política de intervenção da Santa Aliança no continente americano.
D
em 1823, o presidente norte-americano James Monroe, lançava a doutrina que levaria o seu nome; a mesma tinha o lema América para os americanos e representava a visão norte-americana do Pan-Americanismo, ideal muito similar ao Bolivarismo.
E
a doutrina do monroísmo, de James Monroe, fundamentava-se no predomínio dos Estados Unidos sobre os demais Estados americanos em contraposição ao apoio da Inglaterra e da Santa Aliança à metrópole ibérica contra os revolucionários hispano-americanos.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa B.

Tema central: trata-se da Doutrina Monroe (1823) — princípio do direito internacional e da diplomacia dos EUA que afirmou a oposição à nova colonização europeia nas Américas e recusou a intervenção europeia contra as recém‑independentes nações americanas.

Resumo teórico (claro e progressivo):

- Em 1823 o presidente James Monroe declarou que os continentes americanos "não podem mais ser considerados suscetíveis de colonização" por potências europeias. Isso expressou dois pontos-chave: não-colonização e não-intervenção europeia nas Américas.

- A Doutrina não propôs intervenção militar imediata dos EUA na época; contou com o apoio tácito do poder naval britânico para sua eficácia prática. Contexto: guerras de independência latino‑americanas já em curso/encerradas e a reação europeia (Santa Aliança) interessada em restaurar antigas monarquias.

- Fonte de referência histórica: texto original da Doutrina (1823) e estudos de diplomacia (ex.: Mello, Ferreira de, Textos de direito internacional e de história diplomática).

Por que a alternativa B está certa: ela afirma, corretamente, que a Doutrina Monroe negava aos europeus qualquer direito de intervenção no continente americano e rejeitava tentativas de suprimir a independência recém-adquirida pelos Estados americanos — exatamente os princípios expressos no documento de 1823.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta: apresenta um quadro confuso; a Inglaterra não apoiou de forma geral a metrópole ibérica contra as colônias e a frase liga indevidamente Monroe a uma “fase final” das guerras como se fosse apenas sobre esse momento.

C — Incorreta: embora tenha ocorrido em 1823, a Doutrina não visava formalizar uma ação conjunta entre EUA e Inglaterra. A aproximação anglo‑americana foi tácita e baseada em interesses coincidentes, não em uma aliança operacional planejada pelo Congresso.

D — Incorreta: confunde conceitos. "América para os americanos" resume um espírito, mas equiparar Monroe ao Pan‑Americanismo ou ao Bolivarismo é impreciso — Bolivar buscava integração hispano‑americana; Monroe defendia afastamento europeu e interesse dos EUA, não a unidade bolivariana.

E — Incorreta: exagera ao afirmar que a doutrina se fundamentou no predomínio explícito dos EUA sobre os demais Estados americanos e coloca Inglaterra/ Santa Aliança como pares de apoio à metrópole, o que distorce a realidade histórica (Reino Unido frequentemente preferia independência por interesses comerciais).

Estrategia de prova: ao identificar palavras-chave do enunciado — "não podem mais ser considerados... suscetíveis de colonização" — associe imediatamente à Doutrina Monroe (1823). Desconfie de alternativas que misturam cronologias ou que forçam alianças diplomáticas inexistentes.

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