Questão bcb0bda3-ff
Prova:UEMG 2019
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Esta música é um samba de Adoniran Barbosa e menciona o Brás, um bairro situado na cidade de São Paulo.


O Arnesto nos convidou pra um samba, ele mora no Brás

Nós fumos não encontremos ninguém

Nós voltermos com uma baita de uma reiva

Da outra vez nós num vai mais

No outro dia encontremo com o Arnesto

Que pediu desculpas mais nós não aceitemos

Isso não se faz, Arnesto, nós não se importa

Mas você devia ter ponhado um recado na porta

Um recado assim ói: “Ói, turma, num deu pra esperá

A duvido que isso, num faz mar, num tem importância,

Assinado em cruz porque não sei escrever”.

(http://goo.gl/QXibH. Acesso: 01/11/2012. Adaptado.)


Considerando que a nossa forma de falar, além de ser determinada pela situação comunicativa em que estamos inseridos, pode representar nossa origem sociocultural, o locutor do texto é representado por um

A
adolescente que apresenta, na escola, um seminário sobre a vida cotidiana.
B
estrangeiro que fala pouco o português e se encontra num situação informal.
C
homem que usa a norma padrão da língua para escrever uma redação.
D
sujeito que narra uma situação em um linguajar marcado pela oralidade.

Gabarito comentado

F
Fernanda SilvaMonitor do Qconcursos

Tema central da questão: Variação linguística e reconhecimento da oralidade no texto. A análise envolve a capacidade de identificar registros diferentes de língua portuguesa — norma padrão versus fala popular —, conteúdo recorrente em provas de vestibular.

Alternativa correta: D) sujeito que narra uma situação em um linguajar marcado pela oralidade.

A alternativa D é correta pois o texto apresenta características nitidamente orais, sendo típico da linguagem coloquial das camadas populares paulistanas.
Expressões como “fumos”, “voltermos”, “num vai mais”, “ponhado” evidenciam desvios da norma padrão e uso de construções espontâneas, próprias da oralidade informal e da variação linguística regional.

Segundo Evanildo Bechara, “a linguagem coloquial caracteriza-se por construção sintática simples, elipses, abolição de formas flexionadas e uso expressivo da fonética popular.”
No texto, a opção D reconhece quem narra: alguém imerso na oralidade e no modo de falar popular.

Análise das alternativas incorretas:

A) Adolescente que apresenta, na escola, um seminário sobre a vida cotidiana
Em contexto escolar formal, espera-se o uso da norma padrão. A linguagem usada na música não corresponde ao esperado em apresentações acadêmicas.
Erro: desalinhamento entre expectativa comunicativa e o registro empregado.

B) Estrangeiro que fala pouco o português e se encontra numa situação informal
Apesar da linguagem “fora da norma”, o texto evidencia variações regionais — não erros típicos de estrangeiros, como trocas de tempo verbal por desconhecimento do idioma.

C) Homem que usa a norma padrão da língua para escrever uma redação
O registro está claramente distante da norma culta; apresenta flexões e formas não aceitas em redações formais.

Dica para provas: Sempre observe marcadores de oralidade, construções sintáticas e vocabulário escolhido: são indícios diretos do grau de formalidade e da variedade linguística!

Portanto, a alternativa D sintetiza corretamente quem é o locutor do texto, tendo em vista as marcas de oralidade e variação popular na linguagem empregada.

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