Para Marcuschi (2001), não se pode estabelecer uma ruptura entre modalidade falada e modalidade escrita, pois, ao contrário, as diferenças entre elas representam um continuum que estabelece uma gradação de características a mais ou a menos no texto, a depender de uma série de fatores, como o nível de formalidade, por exemplo.

Tema central: Interpretação de Texto – Modalidades Falada e Escrita

A questão pede a análise de uma afirmação sobre a relação entre a língua falada e a escrita, fundamentada na obra de Luiz Antônio Marcuschi, autor referência em estudos sobre gêneros textuais e práticas discursivas. O candidato deve interpretar corretamente o conceito de continuum, importante tanto em concursos quanto no vestibular.

Justificativa da alternativa correta ("Certo"):

Pela norma padrão e segundo Marcuschi (Da fala para a escrita), não existe ruptura absoluta entre as modalidades falada e escrita. Essas modalidades são vistas como pontos de um mesmo contínuo: há textos escritos com marcas de oralidade (ex: chats, bilhetes, blogs) e falas bastante formais (ex: discursos, palestras), dependendo do nível de formalidade, do contexto e do gênero textual.

Nesse sentido, a questão está correta ao afirmar que "as diferenças entre elas representam um continuum" e não uma oposição rígida. Como destaca Marcuschi (2001), o uso da língua em diferentes contextos é influenciado por fatores sociais e comunicativos, e não apenas por regras gramaticais ou pelo suporte (fala x escrita).

Análise da alternativa incorreta ("Errado"):

Assinalar “Errado” indicaria não compreender que não há fronteira rígida entre fala e escrita. Essa marcação geralmente decorre de pegadinhas recorrentes em concursos, como: considerar dicotomia absoluta, ignorar a variedade dos gêneros textuais ou desconsiderar a influência do contexto. Atenção ao uso de palavras como “ruptura”, que, no texto-base, é refutada e substituída pela noção de gradação.

Dica para provas: Sempre observe termos-chave: “ruptura”, “continuum”, “depender de fatores”. Evite respostas baseadas em oposições simplistas. A leitura atenta de todos os elementos do texto evita confusões com generalizações e facilita a identificação de conceitos centrais.

Resumo da regra: A língua é dinâmica. Falar e escrever são partes de um mesmo sistema, que se adapta ao contexto e ao objetivo comunicativo (Cunha & Cintra, Bagno).

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