O ser humano é explicado por diversas abordagens sociológicas e filosóficas que propõem diferentes concepções
de natureza humana, chegando mesmo a negá-la.
Em relação a tais concepções, tem-se o seguinte:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: concepções de natureza humana em filosofia e sociologia — como autores entendem o "ser humano" e se existe uma essência humana fixa ou historicamente condicionada. Esse conhecimento exige familiaridade com Marx, Durkheim, Kant, Hegel e Nietzsche e com noções como alienação, socialização e vontade de poder.
Resumo teórico: Marx vê a natureza humana como histórica e social — o que ele chama de "espécie" (Gattungswesen) relacionando-se às necessidades e à sociabilidade. Em sociedade alienada (capitalismo) essa natureza é negada pela exploração e alienação do trabalho (ver Manuscritos Econômico‑Filosóficos, Ideologia Alemã).
Por que A está certa: a alternativa descreve com fidelidade a posição marxista: a natureza humana é ligada às necessidades sociais e à sociabilidade; com o surgimento das classes e da alienação, essa natureza fica deformada ou negada. Termos-chave: sociabilidade, alienação, classes.
Análise das alternativas incorretas:
- B (errada): exagera ao afirmar que a sociologia "recusa totalmente" a ideia de natureza humana. Há correntes sociológicas que enfatizam construção social, mas não há unanimidade nem defesa literal da "tábula rasa" em todas as abordagens.
- C (errada): Durkheim não propõe uma dupla natureza (violência vs. razão) a ser superada; sua ênfase está nos fatos sociais, consciência coletiva e solidariedade orgânica/mecânica como regulação social, não numa superação psicológica binária.
- D (errada): Kant e Hegel não tratam a "natureza humana" como mera criação ideológica do Iluminismo a ser superada por uma racionalidade externa. Kant defende princípios racionais universais (autonomia), Hegel interpreta a humanidade como processo histórico do Espírito.
- E (errada): Nietzsche criticou a primazia da razão; para ele a essência humana envolve pulsões, vontade de potência e perspectivas, não a racionalidade única. A afirmação sobre certeza pelo pensar remete a Descartes, não a Nietzsche.
Estrategia de prova: identifique o autor mencionado (palavras‑chave: alienação/espécie → Marx; consciência coletiva/solidariedade → Durkheim; vontade de potência → Nietzsche). Desconfie de termos absolutos ("totalmente", "somente") e de atribuições que trocam posições históricas entre pensadores.
Fontes recomendadas: Karl Marx, Manuscritos Econômico‑Filosóficos (1844); The German Ideology; Émile Durkheim, As Regras do Método Sociológico; Friedrich Nietzsche, A Genealogia da Moral (leis de leitura introdutória).
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!
Estatísticas
Aulas sobre o assunto
- •






