A abertura política foi importante para que
movimentos sociais de caráter reformador se
estruturassem e passassem a exigir a manutenção da
estrutura fundiária vigente.
Sobre o processo de abertura política do Regime Militar,
que vigorou no Brasil de 1964 a 1985, assinale o que for
correto.
Gabarito comentado
Resposta correta: E — Errado
Tema central: abertura política do regime militar (1964–1985) e as consequências para os movimentos sociais e o debate sobre reforma agrária.
Resumo teórico: a abertura política foi um processo controlado pelos próprios militares — resumido pela expressão “lenta, gradual e segura” (governo Geisel) — que incluiu relaxamento relativo da repressão, reformas eleitorais e a Lei da Anistia (1979). Esse processo criou espaço público e legal para organizações e lutadores sociais voltarem à cena política.
Por que a afirmação é errada? A proposição diz que a abertura permitiu que movimentos reformadores se organizassem para exigir a manutenção da estrutura fundiária vigente. Isso contradiz a realidade histórica: os movimentos que ganharam força no período (movimentos por terra, sindicatos rurais, comunidades eclesiais de base, organizações de trabalhadores sem terra) lutavam justamente por mudança da estrutura fundiária, não por sua conservação.
Exemplos e evidências: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) organiza ocupações e demandas por reforma agrária desde sua formação em 1984; a Igreja Católica (por meio das CEBs) e diversas entidades sindicais pressionaram por redistribuição de terras e políticas agrárias. A Lei da Anistia (1979) e a reabertura partidária criaram janelas para essas reivindicações, não para reforçar o latifúndio.
Estratégia de interpretação: atenção a termos absolutos ou invertidos — aqui o verbo-chave é “manutenção”. Pergunte-se: os movimentos são conservadores (manutenção) ou reformadores (mudança)? No contexto brasileiro da abertura, eram reformadores.
Fontes indicadas: leitura introdutória em Thomas Skidmore (história política do Brasil), obras sobre a redemocratização brasileira e estudos sobre reforma agrária; documentos práticos como a Lei da Anistia (1979) e a literatura sobre o MST (formação em 1984).
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