Um dos fatores que contribuíram para o pioneirismo
italiano no renascimento cultural foi
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: causas do pioneirismo italiano no Renascimento cultural. Para resolver a questão é preciso relacionar agentes, cronologia e processos culturais — especialmente a circulação de conhecimentos clássicos e o papel de redes urbanas na península itálica.
Resumo teórico: o Renascimento (séculos XIV–XVI) nasceu em cidades-estado italianas (Florença, Veneza, Roma) devido à combinação de riqueza mercantil, instituições urbanas, mecenato e acesso a fontes clássicas. Um fator decisivo foi a chegada de intelectuais e manuscritos bizantinos após a queda de Constantinopla (1453), o que reintroduziu textos gregos e técnicas humanísticas na Itália, impulsionando estudos filológicos, tradução e renovação artística (ver Encyclopaedia Britannica; Peter Burke).
Justificativa da alternativa A: A migração de estudiosos bizantinos trouxe especialistas em grego, cópias de obras de Platão, Aristóteles e outros autores clássicos que eram raros no Ocidente latino. Nomes como Giovanni Aurispa e o cardeal Bessarion são exemplos: trouxeram manuscritos e ensinaram grego, alimentando o humanismo italiano e a retomada dos modelos clássicos nas artes e nas letras.
Análise das alternativas incorretas:
B — Incorreta: embora existisse uma elite rica, o motor principal foi a burguesia mercantil e o mecenato de famílias como os Médici, não uma “nobreza em ascensão” focada em inovações técnicas; a dinâmica foi urbana e comercial.
C — Incorreta: a Reforma Protestante surgiu depois e em grande parte fora da Itália (século XVI). Não foi causa do Renascimento italiano; aliás, muitos humanistas eram católicos e o movimento floresceu antes da Reforma.
D — Incorreta: o absolutismo estatal não caracterizava a Itália renascentista. A península era fragmentada em cidades-estado autônomas; os investimentos em arte vieram do mecenato privado e das cortes eclesiásticas, não de um Estado absolutista unificado.
E — Incorreta: as descobertas ibéricas ampliaram horizontes geográficos e econômicos, mas não foram a causa principal do Renascimento nas artes e nas letras italianas, que têm origem na recuperação dos clássicos e nas redes culturais urbanas.
Dica de interpretação: cheque cronologia (queda de Constantinopla = 1453), identifique atores (intelectuais vs. monarquias) e prefira causas diretas (circulação de textos e ensino) a correlações geográficas.
Fontes sugeridas: Encyclopaedia Britannica (entries “Renaissance”, “Fall of Constantinople”); Peter Burke, A Social History of Knowledge.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!





