Em meados do século IV a.C., Alexandre Magno assumiu o trono da Macedônia e iniciou uma série de conquistas e, a partir daí, construiu um vasto império que incluía, entre outros territórios, a Grécia. Essa dominação só teve fim com o desenvolvimento de outro império, o romano. Esse período ficou conhecido como helenístico e representou uma transformação radical na cultura grega. Nessa época, um pensador nascido em Élis, chamado Pirro, defendia os fundamentos do ceticismo. Ele fundou uma escola filosófica que pregava a ideia de que:

Alternativa correta: A

Tema central: trata-se do ceticismo helenístico, especialmente a escola fundada por Pirro de Élis (Pyrrho). É importante identificar o papel da filosofia helenística — resposta às transformações sociais pós-Alexandre — e diferenciar as principais escolas: pirronismo (ceticismo), estoicismo (virtude e natureza), epicurismo (prazer) e o ceticismo acadêmico.

Resumo teórico: Pirro defendeu que a suspensão do juízo (epoché) sobre qualquer crença leva à ataraxia (tranquilidade). Para os pirrônicos, as aparências existem, mas afirmar que conhecemos a verdade objetiva é impossível — por isso a atitude correta é não afirmar nem negar (epoché). Fontes: Stanford Encyclopedia of Philosophy — "Pyrrhonism" e Britannica — "Pyrrho".

Por que A é correta: "Seria impossível conhecer a verdade" expressa o núcleo do pirronismo: dúvida radical quanto à possibilidade de conhecimento certo. Pirro argumentava que, diante da indiscernibilidade entre opiniões contraditórias, a suspensão de julgamento é a única postura racional, evitando dogmatismo e alcançando paz interior.

Análise das alternativas incorretas:

B — seria inadmissível permanecer na mera opinião. Errada. O pirronismo não condena simplesmente permanecer na opinião; pelo contrário, recomenda suspender o juízo sobre opiniões dogmáticas. Dizer que é "inadmissível permanecer na mera opinião" aproxima-se de uma postura dogmática que busca certezas — oposta ao ceticismo pirrônico.

C — os princípios morais devem ser inferidos da natureza. Errada. Essa é uma ideia mais próxima ao estoicismo, que fundamenta a moral na razão e na ordem natural (lei natural). Pirro não propunha derivar normas morais da natureza.

D — os princípios morais devem basear-se na busca pelo prazer. Errada. Isso caracteriza o epicurismo (Epicuro), que considera o prazer (ataraxia e ausência de dor) como critério moral. Pirronismo foca suspensão do juízo, não prescreve prazer como fundamento moral.

Estratégias para gabaritar questões como esta:

• Associe nomes a escolas: Pirro → ceticismo; Epicuro → prazer; Zenão/Estoicos → natureza/virtude.
• Procure palavras-chave: "impossível conhecer a verdade" ou "suspensão do juízo" sinalizam pirronismo.
• Desconfie de alternativas que generalizam sem relacionar ao autor histórico ou à escola correta.

Fontes recomendadas: Stanford Encyclopedia of Philosophy — Pyrrhonism (link), Britannica — Pyrrho (link), Diogenes Laertius para relatos antigos.

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