Quando o ser humano consegue agir, conforme sua
própria vontade, e, entre várias opções, escolher
aquela que sua reta razão lhe diz ser o melhor bem,
estamos afirmando que esse mesmo ser humano:
Gabarito comentado
Resposta correta: Alternativa D
Tema central: a questão aborda o conceito filosófico de liberdade/autonomia: agir segundo a própria vontade e escolher, entre opções, aquilo que a razão considera o melhor bem. Esse é um enunciado clássico sobre liberdade entendida como autonomia racional.
Resumo teórico: na tradição filosófica, liberdade muitas vezes é definida como a capacidade de agir conforme a própria razão ou vontade deliberada (autonomia). Kant fala em autonomia da vontade — agir segundo princípios racionais que se dá a si mesmo (Fundamentação da Metafísica dos Costumes, 1785). Isaiah Berlin distingue liberdade negativa (ausência de coerção) e positiva (capacidade de autodeterminação — ver "Two Concepts of Liberty", 1958). A Constituição Federal (art. 5º) garante direitos e liberdades, mas não equivale à definição filosófica do conceito.
Por que a alternativa D é correta: ela afirma que o sujeito "é dotado de um constitutivo essencial que se chama liberdade". A formulação coincide com a ideia de que a faculdade de escolher racionalmente é um traço essencial da condição humana — liberdade como capacidade constitutiva (autonomia). Isso corresponde ao enunciado que liga agir conforme a reta razão e a escolha do melhor bem à presença da liberdade.
Análise das alternativas incorretas:
A — confunde liberdade filosófica com ausência de normas jurídicas: "ser livre pra ir e vir, sem o freio dos ordenamentos jurídicos" trata de liberdade de locomoção e anomia legal; não é equivalente à autonomia racional.
B — "total acesso aos seus valores religiosos pessoais": opções religiosas são apenas um domínio possível de valores; agir racionalmente entre opções não significa especificamente acesso religioso.
C — "isento de quaisquer coações físicas, morais ou psíquicas": enunciado descreve escolha racional, não a ausência absoluta de toda coerção. Além disso, a liberdade filosófica não exige que não existam influências — exige capacidade de julgamento e decisão.
E — "tem absolutamente livre o caminho para sua felicidade pessoal": promessas de caminho absolutamente livre à felicidade são teleológicas e absolutistas; liberdade é faculdade de escolha, não garantia de sucesso ou felicidade plena.
Dica de prova: desconfie de termos absolutos ("total", "absolutamente", "quaisquer"). Relacione o enunciado ao conceito filosófico (autonomia, vontade racional) e busque palavras-chave — aqui: "reta razão", "escolher o melhor bem" apontam claramente para liberdade/autonomia.
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