Analise as proposições em relação à obra Vitoria Valentina, Elvira Vigna.
I. A obra de Elvira, além de apresentar uma linguagem gráfica, que se enquadra como contemporânea,
também pontua a denúncia social o que caracteriza o romance social, bastante desenvolvido na segunda
fase da estética Moderna.
II. A leitura da obra leva o leitor a inferir um afastamento da escrita clássica, convencional, aproximando-se
mais da oralidade, primando pela língua popular e até mesmo pelo uso de gírias.
III. Da leitura do romance gráfico de Elvira infere-se, entre outras, três marcantes características do
Modernismo: rejeição das normas estéticas consagradas, proposta de inovações linguísticas, incorporação
do cotidiano.
IV. A leitura da obra leva o leitor a inferir que a liberdade da autora, quanto à pontuação das frases no decorrer
do romance, bem como a sobreposição de frases caracterizam a polifonia.
V. A obra é pontuada por expressões coloquiais que constituem infrações à gramática normativa, em relação
à ortografia, o que fere um dos objetivos da nova proposta da corrente modernista, este coloquialismo
reflete o rompimento da linguagem literária tradicional.
Assinale a alternativa correta.
TEXTO 4
A PARTE BOA ERA LU.
TENTOU ESCOLA.
DOIS DIAS.
NO TERCEIRO,
SE JOGOU NO CHÃO.
NEM ARRASTADO.
JÁ NÃO FALAVA,
DESCONFIARAM:
ELE ESTAVA COM
ALGUM PROBLEMA.
SÓ PODIA SER A MÃE.
FUGIU DALI.
ISSO DÁ PROBLEMA,
MÃE FUGIR.
TODO MUNDO ACHA.
PROBLEMA CERTO.
CLARO QUE É.
MAS TINHA MAIS.
LU PODIA NÃO FALAR,
MAS COMPUTAVA.
E A MÃE LEVOU O NOTE.
ESTÁ CERTO.
RUIM, MÃE IR.
MAS LU POUCO A VIA.
ERA CHEGADA
A UMA BALADA.
ALI, NO MEIO DO NADA.
QUEM CUIDAVA DELE
ERA O PAI.
SEMPRE FOI.
SEM A MÃE, FOI RUIM.
SEM O NOTE, FOI PIOR.
DAÍ QUEREREM
UMA BABÁ.
PRESENÇA FEMININA.
PODIA AJUDAR.
E CHAMARAM CARLA.
VIGNA, Elvira. Vitória Valentina.1ª. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2016.
TEXTO 4
A PARTE BOA ERA LU.
TENTOU ESCOLA.
DOIS DIAS.
NO TERCEIRO,
SE JOGOU NO CHÃO.
NEM ARRASTADO.
JÁ NÃO FALAVA,
DESCONFIARAM:
ELE ESTAVA COM
ALGUM PROBLEMA.
SÓ PODIA SER A MÃE.
FUGIU DALI.
ISSO DÁ PROBLEMA,
MÃE FUGIR.
TODO MUNDO ACHA.
PROBLEMA CERTO.
CLARO QUE É.
MAS TINHA MAIS.
LU PODIA NÃO FALAR,
MAS COMPUTAVA.
E A MÃE LEVOU O NOTE.
ESTÁ CERTO.
RUIM, MÃE IR.
MAS LU POUCO A VIA.
ERA CHEGADA
A UMA BALADA.
ALI, NO MEIO DO NADA.
QUEM CUIDAVA DELE
ERA O PAI.
SEMPRE FOI.
SEM A MÃE, FOI RUIM.
SEM O NOTE, FOI PIOR.
DAÍ QUEREREM
UMA BABÁ.
PRESENÇA FEMININA.
PODIA AJUDAR.
E CHAMARAM CARLA.
VIGNA, Elvira. Vitória Valentina.1ª. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2016.
Gabarito comentado
Tema central da questão: Interpretação de texto literário, com ênfase na análise de características modernistas e aspectos linguísticos presentes no romance contemporâneo. O aluno deve reconhecer traços como experimentação na linguagem, crítica social, adoção do coloquialismo e ruptura com a forma tradicional.
Justificativa da alternativa correta (A): As proposições I, II, III e IV estão corretas, pois refletem elementos essenciais da obra de Elvira Vigna e do Modernismo brasileiro:
I) Correta: A linguagem gráfica e contemporânea, aliada à denúncia social, alinha-se à segunda fase do Modernismo — marcada pelo romance social.
II) Correta: A obra rompe com a escrita clássica, aproximando-se da oralidade e da língua coloquial — traço modernista destacado por autores como Bechara e Rocha Lima: "A literatura modernista valoriza a expressão popular autêntica".
III) Correta: A rejeição de normas consagradas, inovação linguística e cotidiano são pilares do Movimento Modernista, segundo Cunha & Cintra.
IV) Correta: A liberdade na pontuação e sobreposição de frases são recursos formais modernos. Porém, isso não é polifonia no sentido estrito de Bakhtin, mas sim variedade formal e estilística.
Análise das afirmativas e estratégias:
- Afirmativa V (Incorreta): Apesar do uso de “infrações” à norma culta, isso não fere a proposta modernista; ao contrário, romper com a tradição e adotar o coloquial foi um objetivo do movimento. A afirmativa insinua que o coloquialismo contraria o Modernismo, quando, de fato, ele o legitima.
Estrategicamente, o aluno deve estar atento a contradições internas nas alternativas, termos como “fere” ou “contraria”, e generalizações imprecisas. Sempre busque, na interpretação, alinhar as características citadas à teoria literária.
Resumo das estratégias:
- Identifique o tom modernista: linguagem inovadora, denúncia social, cotidiano e desprezo por normas rígidas;
- Desconfie de alternativas que distorcem ou negam princípios básicos da corrente abordada;
- Leia atentamente expressões como “fere o objetivo” — podem ser pegadinhas.
Conclusão: A alternativa A é a correta, pois apenas a afirmativa V apresenta um erro de interpretação quanto ao papel do coloquialismo e gramática no Modernismo.
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