Se a tragédia havia absorvido e assimilado todas as formas de arte antecedentes, o mesmo se pode dizer do diálogo
platônico. Mistura de todos os estilos e de todas as formas
precedentes, o diálogo oscila entre a narrativa, o lirismo e o
drama, entre a prosa e a poesia. Platão conseguiu realmente
legar à posteridade o modelo de uma obra de arte nova, o do
“romance”. Neste gênero literário, a poesia existe gradualmente subordinada à filosofia e durante muitos séculos, mais
tarde, a mesma filosofia esteve subordinada à teologia.
(Friedrich Wilhelm Nietzsche. A origem da tragédia, 2004. Adaptado.)
Pode-se exemplificar o argumento sobre a submissão da filosofia à teologia, com
Gabarito comentado
Resposta correta: E - Escolástica medieval
Tema central: compreender a ideia de que, em determinado período histórico, a filosofia foi colocada a serviço da teologia — ou seja, passou a ser interpretada e articulada segundo pressupostos religiosos. Esse conceito remete sobretudo à Idade Média e à chamada escolástica.
Resumo teórico: A escolástica (séculos IX–XV) é o movimento intelectual medieval que buscou harmonizar fé e razão. Filósofos e teólogos — como Tomás de Aquino — reinterpretaram a filosofia antiga (Aristóteles, por exemplo) dentro de um quadro teológico, fazendo da razão um instrumento para explicar e justificar verdades reveladas. Assim, a filosofia ficou "subordinada" à teologia, no sentido de que suas perguntas e métodos foram orientados por dogmas religiosos (fonte exemplificativa: Tomás de Aquino, Suma Teológica; contextualização histórica: estudos de História da Filosofia Medieval).
Por que a alternativa E é correta: A escolástica é o exemplo clássico em que o saber filosófico foi sistematicamente orientado por fins teológicos. Diferente de movimentos que emanciparam a filosofia da religião, a escolástica integra razão e fé, priorizando a autoridade teológica — exatamente o que o enunciado aponta.
Análise das alternativas incorretas:
A — Existencialismo sartriano: movimento existencialista do século XX (Jean-Paul Sartre) marcadamente secular e ateísta; não subordina filosofia à teologia, mas questiona sentido, liberdade e responsabilidade humanas.
B — Ceticismo iluminista: o Iluminismo valorizou a razão crítica e, muitas vezes, o ceticismo em relação à autoridade religiosa; opõe‑se à submissão da filosofia à teologia.
C — Materialismo histórico: tradição marxista que explica a realidade por relações materiais e socioeconômicas, crítica à religião (vista como "ópio do povo"); não subordina filosofia à teologia.
D — Dialética positivista: o positivismo (e suas variantes dialéticas) rejeita especulação metafísica e teológica, privilegiando ciência empírica; também não coloca filosofia a serviço da teologia.
Dica de prova: ao ver expressões como "filosofia subordinada à teologia", busque imediatamente o contexto histórico — Idade Média / escolástica. Elimine alternativas modernas ou materialistas que historicamente romperam com a autoridade teológica.
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