As expressões ‘equipamento emocional’ e ‘ostracismo social’, no segundo parágrafo, podem ser interpretadas,
segundo o contexto de ocorrência, respectivamente, como:
‘Ferrugem’: um ótimo nacional encara o cyberbullying
Um celular perdido, um vídeo viralizado, e Tati, de 16 anos, se vê no meio de um furacão que abalaria qualquer um – e muito
mais uma menina a quem ainda falta o equipamento emocional para lidar com uma situação tão drástica de exposição da intimidade
e de ostracismo social. Os amigos e amigas vão caindo fora; com os pais, ela não consegue falar. Renet, o garoto com quem ela
começava a engatar um flerte quando tudo começou, dá as costas a ela. E Tati, interpretada pela ótima novata Tiffanny Dopke, de
fisionomia suave e jeitinho cativante, sucumbe à pressão.
‘Ferrugem’, do diretor Aly Muritiba, é um dos pontos altos de uma safra surpreendentemente boa do cinema nacional nos
últimos meses (completada ainda por ‘Aos Teus Olhos’, ‘As Boas Maneiras’, ‘O Animal Cordial’ e ‘Benzinho’). Da agitação e cacofonia
dessa primeira parte do filme, Muritiba vai, na segunda metade, para um estilo oposto: com atenção e reflexão, acompanha o
sofrimento de Renet (o também muito bom Giovanni de Lorenzi) com as consequências do episódio que afetou Tati. Aqui, duas
visões morais muito distintas se opõem: a do pai (Enrique Diaz), que quer poupar Renet, e a da mãe (a calorosa Clarissa Kiste), que
quer obrigá-lo a enfrentar os fatos.
Maduro, lúcido, muito bem escrito e filmado, ‘Ferrugem’ está na comissão de frente dos possíveis indicados do Brasil ao Oscar
do ano que vem.
(Disponível em: <https://veja.abril.com.br/tveja/em-cartaz/ferrugem-um-otimo-nacional-encara-o-cyberbullying/> . Acesso em 31/08/2018.)
‘Ferrugem’: um ótimo nacional encara o cyberbullying
Um celular perdido, um vídeo viralizado, e Tati, de 16 anos, se vê no meio de um furacão que abalaria qualquer um – e muito mais uma menina a quem ainda falta o equipamento emocional para lidar com uma situação tão drástica de exposição da intimidade e de ostracismo social. Os amigos e amigas vão caindo fora; com os pais, ela não consegue falar. Renet, o garoto com quem ela começava a engatar um flerte quando tudo começou, dá as costas a ela. E Tati, interpretada pela ótima novata Tiffanny Dopke, de fisionomia suave e jeitinho cativante, sucumbe à pressão.
‘Ferrugem’, do diretor Aly Muritiba, é um dos pontos altos de uma safra surpreendentemente boa do cinema nacional nos últimos meses (completada ainda por ‘Aos Teus Olhos’, ‘As Boas Maneiras’, ‘O Animal Cordial’ e ‘Benzinho’). Da agitação e cacofonia dessa primeira parte do filme, Muritiba vai, na segunda metade, para um estilo oposto: com atenção e reflexão, acompanha o sofrimento de Renet (o também muito bom Giovanni de Lorenzi) com as consequências do episódio que afetou Tati. Aqui, duas visões morais muito distintas se opõem: a do pai (Enrique Diaz), que quer poupar Renet, e a da mãe (a calorosa Clarissa Kiste), que quer obrigá-lo a enfrentar os fatos.
Maduro, lúcido, muito bem escrito e filmado, ‘Ferrugem’ está na comissão de frente dos possíveis indicados do Brasil ao Oscar do ano que vem.
(Disponível em: <https://veja.abril.com.br/tveja/em-cartaz/ferrugem-um-otimo-nacional-encara-o-cyberbullying/>
Gabarito comentado
Gabarito Comentado – Interpretação de Texto
Tema central: A questão aborda interpretação de texto sob a ótica da semântica contextual, pedindo ao candidato que relacione expressões de uso figurado ao seu sentido mais adequado no contexto do texto.
Expressões analisadas:
Equipamento emocional: Está inserida em um trecho que aponta a dificuldade de Tati, uma jovem, para lidar com um momento de grande pressão psicológica e social. O termo “equipamento” indica, metaforicamente, preparo ou maturidade emocional — não um objeto, mas o desenvolvimento necessário para enfrentar situações adversas.
Ostracismo social: Significa isolamento do convívio, exclusão sofrida por Tati decorrente do episódio de exposição.
Alternativa correta: D) maturidade – isolamento.
De acordo com a norma-padrão e a análise semântica (ver Bechara e Cunha & Cintra), a expressão “equipamento emocional” corresponde à maturidade para suportar pressões emocionais.
Já “ostracismo social”, pela leitura do contexto, se entende como isolamento social imposto pelo grupo, o que afasta Tati do seu círculo de convivência.
Análise das demais alternativas:
A) “Objeto que regula emoções” interpreta literalmente, fixando-se em “equipamento” como algo físico, e “exílio” refere-se a afastamento apenas geográfico, e não social.
B) “Capacidade de sentir emoções” não corresponde ao sentido, pois sentir emoções não é o foco, mas lidar com elas. “Exclusão” se aproxima, mas está incompleta diante do peso de isolamento vivido por Tati.
C) “Experiência” reduz a ideia de maturidade e não contempla o sentido completo de preparo emocional. “Falta de exposição” contraria o texto; o problema é justamente o excesso dela.
E) “Malícia” está fora do contexto: o texto fala em amadurecimento, não astúcia. “Incapacidade de se expressar” não é implicação direta de ostracismo social.
Estrategicamente: Sempre observe o uso figurado e a relação do termo com a situação descrita no texto. Atenção aos detalhes semânticos e às inferências exigidas pelo contexto! Isso evita interpretações literais ou deslocadas.
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