Considerando algumas tendências sociológicas e filosóficas no pensamento contemporâneo, observam-se
algumas correntes que fazem uma crítica da razão em seus fundamentos, nos seguintes termos:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: a questão trata da crítica da razão em correntes do pensamento moderno — como existencialismo, marxismo, niilismo/niezscheanismo e hegelianismo — pedindo que identifiquemos qual alternativa descreve corretamente uma posição filósofica.
Resumo teórico (esquemático):
Existencialismo — crítica aos grandes sistemas abstratos; ênfase na singularidade, liberdade e responsabilidade do indivíduo (ver Sartre, Kierkegaard, Heidegger).
Hegel — sistematizador: defende uma razão que se realiza historicamente; vê a totalidade como processo dialético (Hegel, Fenomenologia do Espírito).
Marxismo — crítica às ideologias e às formas de dominação; aposta numa explicação materialista e racional da sociedade e na práxis coletiva (Marx, O Capital, Manifesto).
Nietzsche — crítica radical da razão como fundamento absoluto e, sobretudo, da moral cristã; propõe genealogia dos valores, vontade de potência e perspectivismo (Além do Bem e do Mal; Genealogia da Moral).
Por que a alternativa A é correta: ela afirma que o existencialismo critica os grandes sistemas metafísicos e racionais e enfatiza a singularidade da condição humana — descrição fiel ao núcleo existencialista. Autores como Kierkegaard e Sartre atacam justamente a abstração sistemática que apaga a experiência concreta e a liberdade do indivíduo.
Análise das alternativas incorretas:
B (errada): afirma que o pensamento hegeliano contesta a possibilidade de uma razão que abarque a totalidade. Na verdade, Hegel defende que a razão se realiza historicamente e que a totalidade é compreensível via sistema dialético — ele não rejeita a razão, mas a concebe de modo expansivo.
C (errada): diz que o marxismo rejeita a razão e afirma que o homem é dominado por desejos, não necessitando da razão para transformação social. Marx não rejeita a razão: usa análise econômica e teoria crítica para entender a sociedade; a transformação social requer teoria e prática racional (práxis).
D (errada): atribui a Nietzsche a defesa de que a fé cristã deve orientar o homem. É o oposto: Nietzsche critica o cristianismo e os dogmas religiosos, propondo a transvaloração de valores e a rejeição da moral tradicional.
E (errada): generaliza demais ao afirmar que existencialismo, marxismo e Nietzsche negam a capacidade da razão de resolver contradições. Só o existencialismo e, em certa medida, Nietzsche questionam a primazia da razão; o marxismo, porém, confia em análise científica e racional da sociedade.
Dica de prova: identifique termos absolutos e contradições históricas — compare cada enunciado com a obra e método do autor. Se uma alternativa atribui a um autor o oposto do que ele defende (ex.: Nietzsche + defesa da igreja), descarte-a rapidamente.
Fontes sugeridas: Sartre, Existentialism Is a Humanism; Hegel, Fenomenologia do Espírito; Marx, O Capital/Manifesto; Nietzsche, Genealogia da Moral.
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