Questão a733a531-70
Prova:
Disciplina:
Assunto:
Não apenas os textos literários se materializam em gêneros. Na verdade, hoje há um consenso de
que qualquer texto se organiza em um gênero. Outro consenso é o de que o que define um gênero
textual é menos o conjunto de suas características formais, e mais a sua função social. Isso porque
todo texto é escrito (ou falado) com um propósito comunicativo. Considerando esse propósito, é
CORRETO afirmar que
Não apenas os textos literários se materializam em gêneros. Na verdade, hoje há um consenso de
que qualquer texto se organiza em um gênero. Outro consenso é o de que o que define um gênero
textual é menos o conjunto de suas características formais, e mais a sua função social. Isso porque
todo texto é escrito (ou falado) com um propósito comunicativo. Considerando esse propósito, é
CORRETO afirmar que
Os Textos 1, 2, 3 e 4 servem de base para a questão.
Texto 1
Anjo — Esta é; que demandais?
Fildalgo — Que me deixeis embarcar;
sou fidalgo de solar,
é bem que me recolhais.
Anjo — Não se embarca tirania
neste batel divinal.
Fildalgo — Não sei por que haveis por mal
que entre a minha senhoria.
Anjo — Para vossa fantasia
mui pequena é esta barca.
Fildalgo — Para senhor de tal marca
Não há aqui mais cortesia?
VICENTE, Gil. ―Auto da Barca do Inferno‖. In:______. Autos e farsas de Gil Vicente. São Paulo: Melhoramentos, 2012. Excertos.
Texto 2
Canto I
As armas e os Barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. São Paulo: Martin Claret, 2001. Excertos.
Texto 3
Rompe o poeta com a primeira impaciência querendo declarar-se e temendo perder por ousado
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
Do verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997.
Texto 4
Lira XIX – 1ª parte
Enquanto pasta alegre o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia Natureza.
GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. São Paulo: DCD, 2010. Excertos.
Os Textos 1, 2, 3 e 4 servem de base para a questão.
Texto 1
Anjo — Esta é; que demandais?
Fildalgo — Que me deixeis embarcar;
sou fidalgo de solar,
é bem que me recolhais.
Anjo — Não se embarca tirania
neste batel divinal.
Fildalgo — Não sei por que haveis por mal
que entre a minha senhoria.
Anjo — Para vossa fantasia
mui pequena é esta barca.
Fildalgo — Para senhor de tal marca
Não há aqui mais cortesia?
VICENTE, Gil. ―Auto da Barca do Inferno‖. In:______. Autos e farsas de Gil Vicente. São Paulo: Melhoramentos, 2012. Excertos.
Texto 2
Canto I
As armas e os Barões assinalados
Que, da Ocidental praia Lusitana,
Por mares nunca de antes navegados,
Passaram ainda além da Taprobana,
Em perigos e guerras esforçados
Mais do que prometia a força humana,
E entre gente remota edificaram
Novo Reino, que tanto sublimaram;
E também as memórias gloriosas
Daqueles Reis que foram dilatando
A Fé, o Império, e as terras viciosas
De África e de Ásia andaram devastando,
E aqueles que por obras valerosas
Se vão da lei da Morte libertando:
Cantando espalharei por toda parte,
Se a tanto me ajudar o engenho e arte.
CAMÕES, Luís de. Os Lusíadas. São Paulo: Martin Claret, 2001. Excertos.
Texto 3
Rompe o poeta com a primeira impaciência querendo declarar-se e temendo perder por ousado
Anjo no nome, Angélica na cara!
Isso é ser flor, e Anjo juntamente:
Ser Angélica flor, e Anjo florente,
Em quem, senão em vós, se uniformara:
Quem vira uma tal flor, que a não cortara,
Do verde pé, da rama fluorescente;
E quem um Anjo vira tão luzente,
Que por seu Deus o não idolatrara?
Se pois como Anjo sois dos meus altares,
Fôreis o meu Custódio, e a minha guarda,
Livrara eu de diabólicos azares.
Mas vejo, que por bela, e por galharda,
Posto que os Anjos nunca dão pesares,
Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.
MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, 1997.
Texto 4
Lira XIX – 1ª parte
Enquanto pasta alegre o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado.
Um pouco meditemos
Na regular beleza,
Que em tudo quanto vive, nos descobre
A sábia Natureza.
GONZAGA, Tomás Antônio. Marília de Dirceu. São Paulo: DCD, 2010. Excertos.
A
no Texto 1, o autor pretende representar nosso comportamento em um momento de introspecção,
no qual travamos intenso diálogo com nosso 'eu interior‘.
B
no Texto 2, em que o eu lírico se dirige ao Rei, o que o autor pretende é tecer comentários críticos
acerca da situação sociopolítica de seu país.
C
o Texto 3 deve ser compreendido, de fato, como uma declaração de amor; mas um amor
conflituoso, contra o qual o eu lírico está em luta.
D
com o Texto 4, o autor tenciona retratar o jogo amoroso da conquista; por isso, nele, o eu lírico
exalta a beleza da sua amada, visando conseguir seu amor.
E
o Texto 2 foi escrito para expressar a intensa alegria do autor diante da mais gloriosa conquista
portuguesa: a de ter descoberto uma nova terra – o Brasil.