Questão a563660d-00
Prova:UEMG 2019
Disciplina:História
Assunto:História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

Em 1831, a abdicação de D. Pedro I ao trono significou uma vitória das forças descentralizadoras, e houve o que se convencionou chamar de “experiência republicana”, tendo em vista a eleição direta de regentes, uma espécie de presidente da época, como foi o caso de Diogo de Feijó. No entanto, a abdicação não diminuiu o ímpeto separatista. Ao contrário, o período que se estendeu até 1848 foi caracterizado pelo avanço desse segmento. A elite imperial não só ordenou o massacre dos rebeldes das províncias como, também, procurou criar instituições que viabilizassem o projeto monárquico. Os intelectuais vinculados a esse projeto investiram, por sua vez, no combate aos movimentos separatistas, mostrando que os brasileiros constituíram uma nacionalidade com características próprias.

(DEL PRIORE, M.; VENÂNCIO, R. Uma breve história do Brasil. SP: Planeta do Brasil, 2010. p. 172. Adaptado.)


No contexto político, que se seguiu à abdicação de D. Pedro I (1831), verifica-se que as elites políticas brasileiras buscaram

A
conciliar seus interesses às demandas dos líderes provinciais, valorizando os movimentos separatistas e fortalecendo os poderes das elites locais.
B
controlar os ânimos políticos e aceitar a centralização do poder no Rio de Janeiro, evitando os questionamentos apresentados pelas elites provinciais.
C
desvalorizar o projeto político centralista, dando grande importância às propostas de caráter federalista, que serviram de sustentação à maioria das revoltas da época.
D
organizar-se em torno de posições políticas diferentes, uma que defendia o unitarismo monárquico e, a outra favorável à autonomia política que fortaleceria as elites locais.

Gabarito comentado

V
Vanessa CamposMonitor do Qconcursos

Resposta correta: D

Tema central: trata-se do período regencial (1831–1840/48) e da reação das elites brasileiras à crise da monarquia após a abdicação de D. Pedro I. É preciso entender a divisão entre centralistas/monarquistas e autonomistas/municipalistas, além das rebeliões provinciais (Cabanagem, Farroupilha, Sabinada, Balaiada) e das estratégias políticas para conservar poder.

Resumo teórico rápido: após 1831 as elites não agiram univocamente. Uma fração defendia o unitarismo monárquico (fortalecer institutos nacionais, centralizar poder no Rio, defender ordem) enquanto outra apoiava maior autonomia provincial/municipal, buscando preservar privilégios locais. Essa divisão gerou conflitos políticos e respostas repressivas simultâneas a movimentos separatistas.

Por que a alternativa D é correta: D afirma que as elites se organizaram em dois blocos: um a favor do unitarismo monárquico e outro favorável à autonomia das elites locais. Isso sintetiza corretamente a dinâmica política regencial: disputas entre centralizadores (defendiam um Estado forte e a restauração da autoridade monárquica) e descentralizadores (lideranças provinciais que queriam autonomia). Essa bipolaridade explica tanto a repressão estatal quanto as coalizões locais que impulsionaram revoltas.

Análise das alternativas incorretas:

A — Incorreta. Afirma que as elites valorizavam e fortaleciam os movimentos separatistas. Na prática, as elites nacionais e provinciais foram, em geral, contrárias ao separatismo: quando rebeliões ameaçavam privilégios ou a ordem, promoveram repressão.

B — Incorreta. Diz que aceitaram a centralização e evitaram questionamentos provinciais. Na realidade havia um forte confronto entre centralizadores e autonomistas; a centralização foi buscada por um grupo, mas NÃO foi consenso imediato entre as elites.

C — Incorreta. Alega que as elites desvalorizaram o projeto centralista e adotaram o federalismo como norma. Pelo contrário, o federalismo não foi a política dominante entre as elites nacionais; as revoltas tinham motivações variadas e muitas vezes opositoras aos próprios interesses das elites locais.

Dica de interpretação para provas: procure palavras como “buscaram”, “organizaram-se” e relacione com fatos (divisão política e revoltas). Desconfie de alternativas que generalizam consenso entre as elites ou que atribuem apoio das elites aos movimentos populares.

Fontes rápidas: Boris Fausto, História do Brasil; José Murilo de Carvalho, A formação das almas.

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