Questão a35b23cc-59
Prova:UFTM 2012
Disciplina:História
Assunto:Brasil Monárquico – Primeiro Reinado 1822- 1831, História do Brasil, Brasil Monárquico – Segundo Reinado 1831- 1889

O fato de ser a única monarquia na América levou os governan­tes do Império a apontarem o Brasil como um solitário no conti­nente, cercado de potenciais inimigos. Temia­se o surgimento de uma grande república liderada por Buenos Aires, que poderia vir a ser um centro de atração sobre o problemático Rio Grande do Sul e o isolado Mato Grosso. Para o Império, a melhor garantia de que a Argentina não se tornaria uma ameaça con­creta estava no fato de Paraguai e Uruguai serem países inde­pendentes, com governos livres da influência argentina.
(Francisco Doratioto. A Guerra do Paraguai, 1991.)


A partir das preocupações citadas no texto, o Império brasileiro agiu no Prata,

A
intervindo na Banda Oriental e anexando-a ao território brasileiro, com o nome de Província Cisplatina.
B
aproveitando as lutas internas nos países vizinhos e apoiando as facções que garantissem a livre navegação dos rios da região.
C
rejeitando a atuação da Tríplice Aliança, que pretendia intervir no Paraguai, para submetê-lo aos interesses de Buenos Aires.
D
tolerando as revoltas regionalistas no sul de seu próprio território e intensificando a integração comercial com os países vizinhos.
E
apoiando a Confederação Argentina de Juan Manuel Rosas, que defendia a fragmentação política na região.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Alternativa correta: B

Tema central: política externa do Império do Brasil no região do Prata (Río de la Plata) no século XIX — preocupação em evitar a hegemonia argentina e manter estados tampão (Uruguai e Paraguai) que garantissem segurança das fronteiras e a livre navegação dos rios.

Resumo teórico: após a independência, o Império buscou preservar sua integridade territorial e influência regional. A estratégia brasileira consistiu em apoiar governos ou facções locais que garantissem autonomia frente a Buenos Aires e a manutenção da navegação fluvial — instrumentos diplomáticos, econômicos e, quando necessário, militares. (Ver: Francisco Doratioto, A Guerra do Paraguai, 1991; Boris Fausto, História do Brasil.)

Por que a alternativa B está certa: ela descreve exatamente a prática diplomática brasileira: aproveitar lutas internas e apoiar facções amigas para assegurar a livre navegação e impedir a concentração de poder em Buenos Aires. Exemplos: intervenções e alinhamentos que levaram à deposição de Rosas (1851) e ao apoio a líderes uruguaios contrários à influência portenha. Essa política visava criar e manter Estados-tampão úteis à segurança imperial.

Análise das alternativas incorretas:

A — Invocar anexação da Banda Oriental é enganoso: a Cisplatina foi anexada por Portugal/Brasil no começo do século XIX, mas resultou na independência do Uruguai em 1828. Posteriormente o Império buscou manter o Uruguai independente, não anexá‑lo novamente.

C — Falsa. A Tríplice Aliança (1865) foi formada por Brasil, Argentina e Uruguai contra o Paraguai; o Império não rejeitou essa atuação. Além disso, o texto trata de evitar a influência argentina, não de submetê‑la ao Paraguai.

D — Incorreta. O Império não “tolerou” revoltas regionalistas de modo a promover integração; ao contrário, reprimiu insurgências internas quando necessário e usou política externa ativa para isolar riscos no Prata.

E — Errada. Juan Manuel Rosas representava a hegemonia portenha que o Império combateu. O Brasil apoiou adversários de Rosas, contribuindo para sua queda, e não o apoiou para promover fragmentação.

Dica de interpretação: fique atento a termos como “melhor garantia” e “Prata” — eles indicam uma política preventiva e de equilíbrio regional. Cuidado com alternativas que misturam períodos (ex.: Cisplatina) ou invertem aliados e inimigos (ex.: apoio a Rosas).

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