Sobre os recursos linguístico-semânticos sublinhados no primeiro parágrafo, assinale a alternativa correta.
O combate ao spam nas mãos dos usuáriosPode não parecer, mas cerca de 90% dos e-mails que chegam aos provedores é spam e deixam de ser
enviados aos usuários finais. Apenas os 10% restantes vão para a caixa de entrada dos usuários, sendo
que metade é enviada sob suspeição e acaba caindo na pasta de “lixo eletrônico”. Essa é a afirmação da
Abrahosting (Associação Brasileira das Empresas de Infraestrutura e Hospedagem na Internet). No final,
sobram apenas 5% de mensagens genuínas e, ainda assim, parece que o problema do spam (mensagens
não solicitadas) não tem fim, nem para os usuários, nem para os provedores. “Nós, que somos provedores,
nunca sentimos os números de spam cair”, diz Vicente Neto, presidente da entidade.A associação deu início na semana passada a uma campanha educativa para aumentar o engajamento
dos usuários finais no combate ao spam. Os serviços de e-mail já contam com recursos que permitem
ao usuário sinalizá-los como spam e bloqueá-los. A atitude pode beneficiar a todos os usuários ao ajudar os provedores a identificar e bloquear remetentes de mensagens indesejadas. Em sua campanha, a
Abrahosting sugere que seus associados orientem os usuários a fazerem uso das ferramentas de bloqueio
e denúncia. “O usuário pode ajudar com isso, pois existem sistemas para bloquear. Se o usuário só apagar
o e-mail, ele não consegue ajudar. O sistema funciona com a ajuda do usuário”.
Para Vicente Neto, o agravante do problema são as empresas de “marketing de performance”, que enviam
e-mails de marketing em massa. “Esses são os maiores spammers”. De acordo com ele, além de transtornos aos usuários, o spam traz custos às empresas de hospedagem, que invariavelmente têm uma equipe
dedicada só a monitorar esse problema e pagam caro por licenças de softwares para bloquear os e-mails
não solicitados. “É um prejuízo muito grande”.
(Adaptado de: CHIBA, M. F. O combate ao spam nas mãos dos usuários. Folha de Londrina. 15 jun. 2017. Economia e Negócios. p.
4.)
Gabarito comentado
Tema central: Esta é uma questão clássica de interpretação de texto com ênfase em recursos linguístico-semânticos: valor dos advérbios, função de conectivos e pronomes relativos.
Justificativa da alternativa correta – Alternativa E:
Em ambas as ocorrências destacadas, a palavra “apenas” exerce a função de advérbio de exclusão, com sentido de “somente”, limitando ou restringindo o que está sendo dito (ex: “Apenas os 10% restantes” = “Somente os 10% restantes”; “sobram apenas 5%” = “sobram somente 5%”).
Autores como Cunha & Cintra e Bechara confirmam: advérbios como “apenas” são usados para dar ideia de exclusão ou restrição.
Portanto, a alternativa E está em plena concordância com a norma-padrão.
Análise das alternativas incorretas:
A) Incorreta, pois o primeiro “que” retoma “e-mails”, sendo pronome relativo, não “provedores”. Atenção a esse tipo de pegadinha: sempre observe o termo logo antes do “que”.
B) Incorreta, pois “suspeição” significa “estado de suspeita”, enquanto “vigília” significa “estado de alerta”. A substituição muda o sentido original da frase, prejudicando a fidelidade semântica ao texto.
C) Incorreta, porque nem sempre as ocorrências de “que” têm a mesma função. No texto, o primeiro “que” é pronome relativo; o segundo (destaque: “parece que o problema...”) é conjunção integrante—pertencem a classes diferentes, conforme explicam Bechara e Cunha & Cintra.
D) Incorreta, pois “mas” é uma conjunção adversativa, estabelecendo contraste/oposição entre as ideias, não consequência. Não confunda adversidade com consequência: “mas” sempre opõe ideias!
Dica de prova: Quando a questão pedir sentido de palavras ou relações lógicas, isole o termo e tente substituí-lo por um sinônimo (“apenas” = “somente/só”; “mas” = “porém”). Se o sentido se mantiver, a função é essa! Cuidado com substituições semânticas inadequadas e análise apressada de conectivos.
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