A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes, é
correto afirmar:
Descartes identifica eu, alma e pensamento, utilizando, em sua filosofia, a palavra latina “cogito”, que
significa “eu penso”.
A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes, é correto afirmar:
Descartes identifica eu, alma e pensamento, utilizando, em sua filosofia, a palavra latina “cogito”, que significa “eu penso”.
Depois, examinando com atenção o que eu era, e vendo que podia supor que não tinha corpo algum e que não havia qualquer mundo, ou qualquer lugar onde eu existisse, mas que nem por isso podia supor que não existia; e que, ao contrário, pelo fato mesmo de eu pensar em duvidar da verdade das outras coisas..., compreendi que era uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de nenhum lugar, nem depende de qualquer coisa material. De sorte que esse eu, isto é, a alma, pela qual sou o que sou, é inteiramente distinto do corpo e, mesmo, que é mais simples de conhecer do que ele; e ainda que ele nada fosse, ela não deixaria de ser tudo o que é. (DESCARTES. In: REZENDE, 2005, p. 107).
Gabarito comentado
Alternativa correta: C — Certo
Tema central: A questão avalia a noção cartesiana de res cogitans — a substância pensante — e o papel do cogito como fundamento indubitável do eu. É importante para concursos porque exige reconhecer a relação entre eu, alma e pensamento na filosofia de Descartes.
Resumo teórico progressivo: Pela dúvida metódica Descartes descarta tudo que pode ser posto em dúvida (sentidos, mundo exterior). Resta-lhe, porém, a atividade de duvidar e pensar: daí o famoso cogito (eu penso), a certeza fundadora. Desse processo segue que a essência do sujeito é pensar — logo o "eu" é uma substância cuja natureza é a atividade pensante (a alma), distinta da substância extensa (corpo). Fonte principal: René Descartes, Meditações Metafísicas (2ª Meditação); ver também Stanford Encyclopedia of Philosophy (entrada "René Descartes").
Justificativa da alternativa correta: O enunciado afirma que Descartes identifica eu, alma e pensamento e usa o termo latino cogito ("eu penso"). Isso está correto: Descartes conclui que aquilo que permaneçe indubitável é o sujeito enquanto pensante, isto é, a alma (res cogitans). Assim, no núcleo de sua filosofia o "eu" coincide com uma substância cujo essência é o pensamento — exatamente o que o enunciado descreve. Portanto, a marcação "Certo" é justificável pelo conteúdo expresso nas Meditações.
Dica de prova: Procure termos-chave do cartesianismo: "essência consiste em", "pensar", "distinto do corpo", "cogito". Se o enunciado afirma a identidade conceitual entre eu/alma/pensamento e menciona o cogito, sinalize como verdadeiro.
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