A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes, é
correto afirmar:
A argumentação apresentada é insuficiente para provar a existência do corpo, o que Descartes tomou
como incerto, através de seus três graus de dúvida: sentidos, sonho e Gênio Maligno.
A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes, é correto afirmar:
A argumentação apresentada é insuficiente para provar a existência do corpo, o que Descartes tomou
como incerto, através de seus três graus de dúvida: sentidos, sonho e Gênio Maligno.
Depois, examinando com atenção o que eu era, e vendo que podia supor que não tinha corpo algum e que não havia qualquer mundo, ou qualquer lugar onde eu existisse, mas que nem por isso podia supor que não existia; e que, ao contrário, pelo fato mesmo de eu pensar em duvidar da verdade das outras coisas..., compreendi que era uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de nenhum lugar, nem depende de qualquer coisa material. De sorte que esse eu, isto é, a alma, pela qual sou o que sou, é inteiramente distinto do corpo e, mesmo, que é mais simples de conhecer do que ele; e ainda que ele nada fosse, ela não deixaria de ser tudo o que é. (DESCARTES. In: REZENDE, 2005, p. 107).
Gabarito comentado
Resposta: C — Certo
Tema central: método da dúvida de René Descartes e a distinção entre mente (substância pensante) e corpo (substância extensa). É essencial entender o cogito ("penso, logo existo") e os três graus de dúvida que Descartes usa para tornar incerta a realidade dos sentidos: confiança sensorial, existência do mundo nos sonhos e a hipótese do Gênio Maligno.
Resumo teórico: Descartes, nas Meditações (1641), aplica a dúvida metódica para eliminar crenças incertas. Ao perceber que mesmo duvidando ele pensa, conclui que a existência do sujeito pensante é indubitável — a substância pensante. Em contraste, a existência do corpo e do mundo pode ser posta em dúvida pelos três graus: 1) engano dos sentidos; 2) sonhos indistinguíveis da vigília; 3) um ser enganador supremo (Gênio Maligno). Assim, a argumentação cartesiana é insuficiente para provar a existência corporal, mas sólida para afirmar a existência do eu que pensa.
Justificativa da alternativa correta: A afirmação do enunciado retrata precisamente a conclusão cartesiana: o sujeito conclui ser uma substância cuja essência é o pensar e que não depende de lugar nem de matéria. Essa conclusão decorre justamente da aplicação dos três graus de dúvida, que tornam incerta a existência do corpo e do mundo. Logo, dizer que "a argumentação é insuficiente para provar a existência do corpo, o que Descartes tomou como incerto, através de seus três graus de dúvida" está de acordo com o texto e com a doutrina cartesiana — por isso a alternativa C é correta.
Dica de prova: ao resolver questões, procure termos-chave — "pensar", "substância", "duvidar", "Gênio Maligno" — que indicam método cartesiano. Vincule sempre o excerto às teses centrais: cogito e dualismo mente-corpo.
Fontes recomendadas: René Descartes, Meditações Metafísicas (1641); Stanford Encyclopedia of Philosophy — entrada “René Descartes”.
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