A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes, é
correto afirmar:
Para Descartes, a existência da alma é uma certeza evidente, imune a objeções céticas.
A partir da análise do texto e dos conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes, é correto afirmar:
Para Descartes, a existência da alma é uma certeza evidente, imune a objeções céticas.
Depois, examinando com atenção o que eu era, e vendo que podia supor que não tinha corpo algum e que não havia qualquer mundo, ou qualquer lugar onde eu existisse, mas que nem por isso podia supor que não existia; e que, ao contrário, pelo fato mesmo de eu pensar em duvidar da verdade das outras coisas..., compreendi que era uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de nenhum lugar, nem depende de qualquer coisa material. De sorte que esse eu, isto é, a alma, pela qual sou o que sou, é inteiramente distinto do corpo e, mesmo, que é mais simples de conhecer do que ele; e ainda que ele nada fosse, ela não deixaria de ser tudo o que é. (DESCARTES. In: REZENDE, 2005, p. 107).
Gabarito comentado
Resposta: C — certo
Tema central: a certeza da existência da alma (res cogitans) no pensamento de René Descartes. É essencial entender o cogito como fundamento epistemológico que resiste à dúvida radical.
Resumo teórico: Descartes, nas Meditações (Meditationes de 1641), argumenta que mesmo que se negue a existência do mundo ou do corpo, não é possível negar que se está pensando. Pensar (duvidar, concluir, imaginar) implica existir como sujeito pensante. Daí surge a formulação famosa e imediata: "cogito, ergo sum" — a consciência do pensar fornece uma certeza evidente e imediata.
Justificação da alternativa correta: o trecho citado afirma que, embora se possa supor a inexistência do corpo e do mundo, não se pode supor a própria inexistência enquanto se pensa. Isso mostra exatamente a posição cartesiana: a existência da alma enquanto substância pensante é evidente e imune às objeções céticas, pois qualquer tentativa de dúvida confirma o ato de pensar e, portanto, a existência do sujeito pensante (Descartes, Meditações).
Dica de interpretação: ao ler enunciados cartesianos, busque o movimento lógico: dúvida radical → reconhecimento do ato de pensar → certeza imediata do eu pensante. Se a passagem expressa esse encadeamento, a afirmação sobre certeza/imunidade ao ceticismo costuma ser correta.
Fonte recomendada: René Descartes, Meditações sobre Filosofia Primeira (Meditationes), especialmente Meditação II.
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