A análise do texto e os conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes permitem afirmar:
O texto apresenta uma filosofia empirista, voltada para o bom senso e o são entendimento humano.
A análise do texto e os conhecimentos sobre o pensamento de René Descartes permitem afirmar:
O texto apresenta uma filosofia empirista, voltada para o bom senso e o são entendimento humano.
O bom senso é o que existe de mais bem distribuído no mundo. Porque cada um se julga tão bem-dotado dele que mesmo aqueles que são mais difíceis de se contentar com qualquer outra coisa não costumam desejar possuí-lo mais do que já têm. E não é verossímil que todos se enganem a esse respeito. Pelo contrário, isso testemunha que o poder de bem julgar e de distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina bom senso ou razão, é naturalmente igual em todos os homens; e que, por isso, a diversidade de nossas opiniões não provém do fato de uns serem mais racionais do que os outros, mas somente do fato de conduzirmos nossos pensamentos por vias diversas e de não considerarmos as mesmas coisas. (DESCARTES. In: REZENDE, 2005, p. 104).
Gabarito comentado
Alternativa correta: E — Errado
Tema central: Identificar se o trecho representa uma filosofia empirista ou racionalista. Para responder, é necessário conhecer diferenças básicas entre empirismo (experiência sensorial como fonte do conhecimento) e racionalismo (primazia da razão/ideias inatas e método lógico).
Resumo teórico: Descartes é um autor racionalista. Ele defende que a razão (capacidade de julgar e distinguir o verdadeiro do falso) e as ideias claras e distintas são a base do conhecimento — tema central em obras como Discourse on Method (1637) e Meditations on First Philosophy (1641). O empirismo (ex.: Locke, Hume) sustenta que todo conhecimento deriva da experiência sensorial; logo, textos que valorizam a razão como faculdade natural e universal apontam para o racionalismo, não para o empirismo.
Por que a alternativa “O texto apresenta uma filosofia empirista...” é errada?
- O trecho realça o “poder de bem julgar” e a “razão” como naturalmente iguais em todos — ênfase típica do racionalismo cartesiano, que confia na razão e em métodos dedutivos.
- Não há no texto a valorização da experiência sensorial como origem do conhecimento, elemento essencial do empirismo.
- Portanto, classificar o trecho como empirista contradiz o núcleo do pensamento de Descartes.
Estratégia para provas (pegadinhas comuns): ao identificar escola filosófica, busque palavras-chave: “razão”, “idéias claras”, “inato” → tendem ao racionalismo; termos como “experiência”, “sensação”, “observação” → indicam empirismo. Pergunte-se: a ênfase é na razão ou nos sentidos?
Fontes recomendadas: René Descartes — Discourse on Method; Meditations on First Philosophy. Para contraste: John Locke — An Essay Concerning Human Understanding.
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