Questão 9e9c65fd-29
Prova:UFBA 2013
Disciplina:Filosofia
Assunto:

Marque C, se a proposição é certo;  E, se a proposição é errado.

No Kantismo, todo juízo a priori é analítico e todo juízo sintético é a posteriori.

C
Certo
E
Errado

Gabarito comentado

M
Manuela Cardoso Monitor do Qconcursos

Resposta: E – Errado

Tema central: a distinção kantiana entre juízos analíticos vs. sintéticos e entre juízos a priori vs. a posteriori. A questão testa se você sabe que, para Kant, essas classificações não se desligam — há juízos que são tanto sintéticos quanto a priori (núcleo do seu sistema).

Resumo teórico progressivo:

- Juízo analítico: o predicado está contido no conceito do sujeito (ex.: “Todos os solteiros são não casados”). É verdadeiro por definição e é, em geral, a priori.

- Juízo sintético: o predicado acrescenta algo novo ao sujeito (ex.: “A maçã é vermelha”). Normalmente depende da experiência, sendo a posteriori, mas nem sempre.

- A priori: conhecimento independente da experiência; a posteriori: dependente da experiência.

- Para Kant (Crítica da Razão Pura), existe uma classe decisiva: os juízos sintéticos a priori — exemplos: princípios da matemática (segundo Kant: 7+5=12), da geometria e princípios fundamentais da física (causalidade como forma necessária da experiência). Ver: Immanuel Kant, Critique of Pure Reason; e a entrada “Kant” e “Synthetic a priori” na Stanford Encyclopedia of Philosophy (https://plato.stanford.edu/entries/kant/).

Justificativa do gabarito (por que E é a resposta certa):

A proposição afirma que “todo juízo a priori é analítico e todo juízo sintético é a posteriori”. Isso é falso frente ao próprio ensino kantiano. Kant afirma explicitamente a possibilidade e a existência de juízos sintéticos a priori. Portanto não se pode reduzir a priori a analítico nem sintético a a posteriori. A formulação universal (“todo…”) é uma pista de erro — Kant constrói seu sistema justamente para defender juízos universais e necessários que não são analíticos.

Dica de prova: ao ver conectivos absolutos (“todo”, “sempre”), lembre-se de verificar se há contraexemplo teórico. Aqui o contraexemplo kantiano é paradigmático: a matemática como sintético a priori.

Fontes recomendadas: Immanuel Kant, Critique of Pure Reason; Stanford Encyclopedia of Philosophy — entradas “Kant” e “Synthetic a priori” (https://plato.stanford.edu).

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