Questão 9e727185-b5
Prova:IF Sudeste - MG 2016
Disciplina:História
Assunto:História Geral, Imperialismo e Colonialismo do século XIX, Descolonização Afro-asiática : novos Estados, nova arena internacional

Leia as afirmativas abaixo sobre o processo de colonização e descolonização da África e o impacto gerado na situação atual do continente.

I – Um dos fatos que mais favoreceram a descolonização da África foi o fim da Segunda Guerra Mundial, pois a Alemanha, que perdeu a guerra, tinha o maior número dessas colônias.

II – Um dos principais métodos utilizados pelos europeus na colonização era se aproveitar da rivalidade entre dois grupos étnicos locais. Apoiavam um deles, dando armas e meios para subjugar o outro.

III – Nos conflitos atuais, é utilizado um grande número de crianças. Geralmente, elas são sequestradas, mas, às vezes, são entregues pelos familiares aos combatentes, como uma forma de escapar da pobreza e de represálias.

IV – A Organização das Nações Unidas (ONU) vem construindo um acordo que prevê a proibição da utilização de crianças na guerra, em um prazo de 10 anos.

Agora, assinale a alternativa CORRETA.

A
Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
B
Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
C
Apenas as afirmativas III e IV são verdadeiras.
D
Todas as afirmativas são verdadeiras.
E
Todas as afirmativas são falsas.

Gabarito comentado

G
Gabrielle FrancoMonitor do Qconcursos

Resposta correta: Alternativa B

Tema central: colonização e descolonização africana e seus impactos atuais — em especial as políticas coloniais (como a estratégia de “dividir para dominar”) e o uso de crianças em conflitos armados. Conhecimentos necessários: história dos impérios europeus na África, processo de descolonização pós‑Segunda Guerra Mundial e normas internacionais sobre crianças em conflitos.

Resumo teórico conciso: A partilha da África (final do século XIX) consolidou domínios de Grã‑Bretanha, França, Bélgica, Portugal, Alemanha, Itália e Espanha. Após a Segunda Guerra Mundial houve aceleração do processo de descolonização, mas não porque a Alemanha — que perdeu colônias no Tratado de Versalhes e depois na WWII — detinha a maior parte; os maiores impérios coloniais eram britânico e francês. A tática de apoiar um grupo étnico contra outro (divide et impera) foi prática comum. Sobre crianças em combates, organizações como UNICEF e a ONU documentam sequestros e recrutamento (forçado ou “voluntário” por pobreza) e criaram instrumentos jurídicos para proteção (ex.: Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos da Criança relativo à participação de crianças em conflitos armados, 2000).

Justificativa da alternativa B (II e III são verdadeiras): - II é verdadeira: o método de explorar rivalidades locais e armar facções é bem documentado como estratégia colonial e também em guerras pós‑coloniais (fenômeno amplamente referido como “divide and rule”). - III é verdadeira: o uso de crianças-soldado acontece frequentemente; muitas são sequestradas, outras se alistam por pressão econômica ou para escapar de ameaças — casos registrados por UNICEF e relatórios do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos.

Por que I e IV são falsas: - I (falsa): embora a derrota da Alemanha tenha contribuído para reordenamentos coloniais, ela não possuía o maior número de colônias africanas; os territórios mais extensos e numerosos eram do Reino Unido e da França. A formulação é enganosa. - IV (falsa): a ONU e agências criaram normas e protocolos (ex.: Protocolo Facultativo de 2000) para limitar recrutamento de menores, mas não existe um “acordo que prevê a proibição em um prazo de 10 anos” universal e automático como enunciado — é uma interpretação incorreta dos mecanismos internacionais.

Dica de prova: busque palavras‑armadilha: “maior número” (I) e prazos absolutos sem referência normativa (IV). Relacione afirmações a fatos históricos e a instrumentos jurídicos concretos (nome e data).

Fonte(s) recomendada(s): UNICEF — relatórios sobre crianças em conflito; Protocolo Facultativo da Convenção sobre os Direitos da Criança (2000); obras sobre imperialismo e descolonização (ex.: HOBSBAWM, C. | ENCYLOPEDIA BRITANNICA).

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