Questão 9c923d34-5f
Prova:ENEM 2020
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto
Na sua imaginação perturbada sentia a natureza toda
agitando-se para sufocá-la. Aumentavam as sombras. No
céu, nuvens colossais e túmidas rolavam para o abismo do
horizonte... Na várzea, ao clarão indeciso do crepúsculo,
os seres tomavam ares de monstros... As montanhas,
subindo ameaçadoras da terra, perfilavam-se tenebrosas...
Os caminhos, espreguiçando-se sobre os campos,
animavam-se quais serpentes infinitas... As árvores soltas
choravam ao vento, como carpideiras fantásticas da
natureza morta... Os aflitivos pássaros noturnos gemiam
agouros com pios fúnebres. Maria quis fugir, mas os
membros cansados não acudiam aos ímpetos do medo
e deixavam-na prostrada em uma angústia desesperada.
ARANHA. J P G Canaã. São Paulo Ática. 1997
No trecho, o narrador mobiliza recursos de linguagem que
geram uma expressividade centrada na percepção da
Na sua imaginação perturbada sentia a natureza toda
agitando-se para sufocá-la. Aumentavam as sombras. No
céu, nuvens colossais e túmidas rolavam para o abismo do
horizonte... Na várzea, ao clarão indeciso do crepúsculo,
os seres tomavam ares de monstros... As montanhas,
subindo ameaçadoras da terra, perfilavam-se tenebrosas...
Os caminhos, espreguiçando-se sobre os campos,
animavam-se quais serpentes infinitas... As árvores soltas
choravam ao vento, como carpideiras fantásticas da
natureza morta... Os aflitivos pássaros noturnos gemiam
agouros com pios fúnebres. Maria quis fugir, mas os
membros cansados não acudiam aos ímpetos do medo
e deixavam-na prostrada em uma angústia desesperada.
ARANHA. J P G Canaã. São Paulo Ática. 1997
No trecho, o narrador mobiliza recursos de linguagem que
geram uma expressividade centrada na percepção da
A
relação entre a natureza opressiva e o desejo de
libertação da personagem.
B
confluência entre o estado emocional da personagem
e a configuração da paisagem.
C
prevalência do mundo natural em relação à fragilidade
humana.
D
depreciação do sentido da vida diante da consciência
da morte iminente.
E
instabilidade psicológica da personagem face à
realidade hostil.
Gabarito comentado

Ana MachadoMestranda em Letras e Ciências Humanas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Especialista em Literatura Brasileira pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Formada em Letras - Português/Literaturas pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Professora de Língua Portuguesa, Redação e Literaturas.