Para orientar sua fala na entrevista, Lira Neto estabeleceu
uma relação de equivalência entre:
Leia um trecho do artigo de Lira Neto para responder à questão.
[...] dia desses, uma equipe de reportagem de um canal
por assinatura veio até minha casa para me entrevistar sobre
a Era Vargas. O repórter que conduziria a conversa advertiu-
-me, antes de o operador ligar a câmera: “Pense que nosso
telespectador típico é aquele sujeito esparramado no sofá,
com uma lata de cerveja numa mão e o controle remoto na
outra, que esbarrou na nossa reportagem por acaso, durante o intervalo de um filme de ação”, detalhou. “É para esse
cara que você vai falar; pense nele como alguém com a idade
mental de 14 anos.” Sou cortês, mas tenho meus limites. Quase enxotei o colega porta afora, aos pontapés. Respirei fundo e procurei ser
didático, sem me esforçar para parecer que estava falando
com o Homer Simpson postado ali do outro lado da lente.
Afinal, como pai de duas crianças, acredito que há uma enorme distância entre o didatismo e o discurso toleirão, entre a
clareza e a parvoíce.(“A TV virou um dinossauro”. Folha de S.Paulo, 09.07.2017.)
Gabarito comentado
Tema central: Esta questão refere-se à interpretação de texto, mais especificamente à análise de equivalência semântica, conceito muito importante em provas de vestibular.
No texto, o autor Lira Neto compara modos de transmitir informação à audiência, diferenciando um discurso claro e didático de um discurso exageradamente simplificado ("toleirão" e "parvoíce").
Justificativa da alternativa correta (E):
A alternativa E (didatismo e clareza / discurso toleirão e parvoíce) identifica precisamente pares de termos que, no texto, estabelecem relações de equivalência semântica:
- Didatismo e clareza: ambos remetem à comunicação inteligente, acessível e objetiva.
- Discurso toleirão e parvoíce: ambos referem-se à fala tola, superficial, pouco aprofundada.
Lira Neto evidencia a "enorme distância" entre esses pólos, mas, dentro de cada grupo, os termos são quase sinônimos (equivalência semântica). Como defendem Cunha & Cintra e Evanildo Bechara, reconhecer essas relações semânticas é indispensável para a boa compreensão do texto e para a interpretação precisa.
Análise das alternativas incorretas:
- A) "idade mental e limites / pai e crianças" – Não há equivalência semântica; os termos pertencem a campos diferentes e não são sinônimos.
- B) "reportagem e canal por assinatura / Era Vargas e conversa" – Não são equivalentes; são contextualmente relacionados, mas não semanticamente próximos.
- C) "repórter e operador / telespectador e sujeito" – Funções e papéis distintos, sem equivalência direta.
- D) "lata de cerveja e controle remoto / intervalo e filme" – Objetos e situações diferentes, sem relação de semelhança semântica.
Dica para provas: Quando a banca pede relações de equivalência, procure sempre as palavras ou expressões de mesmo campo semântico ou que possam ser trocadas sem prejuízo de sentido. Fique atento a pares que apenas aparecem juntos, mas não são sinônimos – comuns em pegadinhas!
Conclusão: O item E é o correto, por identificar sinônimos contextuais no trecho. Esse tipo de raciocínio é fundamental em questões de interpretação e semântica.
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