Questão 980a9c47-d7
Prova:FAMERP 2017
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

Para orientar sua fala na entrevista, Lira Neto estabeleceu uma relação de equivalência entre:

Leia um trecho do artigo de Lira Neto para responder à questão.

    [...] dia desses, uma equipe de reportagem de um canal por assinatura veio até minha casa para me entrevistar sobre a Era Vargas. O repórter que conduziria a conversa advertiu- -me, antes de o operador ligar a câmera: “Pense que nosso telespectador típico é aquele sujeito esparramado no sofá, com uma lata de cerveja numa mão e o controle remoto na outra, que esbarrou na nossa reportagem por acaso, durante o intervalo de um filme de ação”, detalhou. “É para esse cara que você vai falar; pense nele como alguém com a idade mental de 14 anos.”
    Sou cortês, mas tenho meus limites. Quase enxotei o colega porta afora, aos pontapés. Respirei fundo e procurei ser didático, sem me esforçar para parecer que estava falando com o Homer Simpson postado ali do outro lado da lente. Afinal, como pai de duas crianças, acredito que há uma enorme distância entre o didatismo e o discurso toleirão, entre a clareza e a parvoíce.
(“A TV virou um dinossauro”. Folha de S.Paulo, 09.07.2017.)

A
idade mental e limites / pai e crianças.
B
reportagem e canal por assinatura / Era Vargas e conversa.
C
repórter e operador / telespectador e sujeito.
D
lata de cerveja e controle remoto / intervalo e filme.
E
didatismo e clareza / discurso toleirão e parvoíce.

Gabarito comentado

C
Camila RodriguesMonitor do Qconcursos

Tema central: Esta questão refere-se à interpretação de texto, mais especificamente à análise de equivalência semântica, conceito muito importante em provas de vestibular.

No texto, o autor Lira Neto compara modos de transmitir informação à audiência, diferenciando um discurso claro e didático de um discurso exageradamente simplificado ("toleirão" e "parvoíce").

Justificativa da alternativa correta (E):

A alternativa E (didatismo e clareza / discurso toleirão e parvoíce) identifica precisamente pares de termos que, no texto, estabelecem relações de equivalência semântica:

  • Didatismo e clareza: ambos remetem à comunicação inteligente, acessível e objetiva.
  • Discurso toleirão e parvoíce: ambos referem-se à fala tola, superficial, pouco aprofundada.

Lira Neto evidencia a "enorme distância" entre esses pólos, mas, dentro de cada grupo, os termos são quase sinônimos (equivalência semântica). Como defendem Cunha & Cintra e Evanildo Bechara, reconhecer essas relações semânticas é indispensável para a boa compreensão do texto e para a interpretação precisa.

Análise das alternativas incorretas:

  • A) "idade mental e limites / pai e crianças" – Não há equivalência semântica; os termos pertencem a campos diferentes e não são sinônimos.
  • B) "reportagem e canal por assinatura / Era Vargas e conversa" – Não são equivalentes; são contextualmente relacionados, mas não semanticamente próximos.
  • C) "repórter e operador / telespectador e sujeito" – Funções e papéis distintos, sem equivalência direta.
  • D) "lata de cerveja e controle remoto / intervalo e filme" – Objetos e situações diferentes, sem relação de semelhança semântica.

Dica para provas: Quando a banca pede relações de equivalência, procure sempre as palavras ou expressões de mesmo campo semântico ou que possam ser trocadas sem prejuízo de sentido. Fique atento a pares que apenas aparecem juntos, mas não são sinônimos – comuns em pegadinhas!

Conclusão: O item E é o correto, por identificar sinônimos contextuais no trecho. Esse tipo de raciocínio é fundamental em questões de interpretação e semântica.

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