— Papai...
— Não te ponhas com denguices, e falemos como
dous amigos sérios. Fecha aquela porta; vou dizer-te
cousas importantes. Senta-te e conversemos. Vinte e um
anos, algumas apólices, um diploma, podes entrar no
parlamento, na magistratura, na imprensa, na lavoura, na
indústria, no comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas
carreiras diante de ti. Vinte e um anos, meu rapaz, formam
apenas a primeira sílaba do nosso destino. Os mesmos
Pitt e Napoleão, apesar de precoces, não foram tudo aos
vinte e um anos. Mas, qualquer que seja a profissão da
tua escolha, o meu desejo é que a faças grande e ilustre,
ou pelo menos notável, que te levantes acima da
obscuridade comum.
ASSIS, Machado de. A teoria do medalhão. In: Papéis avulsos. Obra
completa. 2. ed. ilust. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1962. v. II, p. 288.
No fragmento e no todo do conto, observa-se
— Papai...
— Não te ponhas com denguices, e falemos como dous amigos sérios. Fecha aquela porta; vou dizer-te cousas importantes. Senta-te e conversemos. Vinte e um anos, algumas apólices, um diploma, podes entrar no parlamento, na magistratura, na imprensa, na lavoura, na indústria, no comércio, nas letras ou nas artes. Há infinitas carreiras diante de ti. Vinte e um anos, meu rapaz, formam apenas a primeira sílaba do nosso destino. Os mesmos Pitt e Napoleão, apesar de precoces, não foram tudo aos vinte e um anos. Mas, qualquer que seja a profissão da tua escolha, o meu desejo é que a faças grande e ilustre, ou pelo menos notável, que te levantes acima da obscuridade comum.
ASSIS, Machado de. A teoria do medalhão. In: Papéis avulsos. Obra completa. 2. ed. ilust. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1962. v. II, p. 288.
No fragmento e no todo do conto, observa-se