O conceito de liberdade, conforme entendido no
pensamento filosófico da tradição ocidental, consiste
na capacidade do homem:
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: o enunciado pede o conceito de liberdade na tradição filosófica ocidental — tópico que mobiliza debates sobre autonomia, livre-arbítrio, consciência moral e as distinções entre liberdade como ausência de coerção e como capacidade racional/autônoma.
Resumo teórico: na tradição ocidental há duas grandes perspectivas úteis para resolver a questão:
- Liberdade negativa: ausência de impedimentos externos (Isaiah Berlin, "Two Concepts of Liberty").
- Liberdade moral/autônoma: capacidade de agir segundo a razão e uma lei moral que o sujeito reconhece como universal — central em Kant (Fundamentação da Metafísica dos Costumes) e na tradição do direito natural (Tomás de Aquino), que relacionam liberdade à consciência reta e à decisão responsável.
Justificativa da alternativa C: ela afirma que liberdade é a capacidade de decidir entre opções quando estas são pautadas por valores universais apreendidos pela reta consciência. Isso converge com a ideia kantiana de autonomia moral (agir segundo princípios universais que a razão dá a si mesma) e com a noção clássica de consciência moral como guia da ação. Por isso C sintetiza adequadamente a concepção normativa e racional de liberdade na tradição ocidental.
Análise das alternativas incorretas:
A — reduz liberdade a mobilidade física e sugere violar leis; confunde liberdade com licença e ignora a dimensão moral e normativa; pretende liberdade negativa absoluta, não representativa da tradição filosófica como um todo.
B — apresenta um individualismo extremo: 'seguir o livre-arbítrio independentemente de exigência societária' ignora a tensão entre autonomia individual e normas sociais/éticas; não capta a ideia de universalidade racional ou dever moral.
D — propõe criação de normas próprias para um grupo afetivo (relativismo normativo). A tradição ocidental relevante ao enunciado privilegia normas racionais/universais ou leis naturais, não meras convenções de um grupo.
E — associa liberdade a agir com impunidade sob um código ético pessoal; isto confunde liberdade com arbitrariedade e justifica antiética — contrário à tradição que conecta liberdade à responsabilidade moral.
Estratégia para provas: ao ler enunciados, procure termos como "tradição ocidental", "capacidade", "consciência", "valores universais" — eles indicam enfoque filosófico (Kant/Aquino). Desconfie de alternativas extremas com palavras absolutas ("sempre", "independentemente", "impunidade", "mesmo violando").
Fontes sugeridas: Immanuel Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes; Tomás de Aquino, Suma Teológica; Isaiah Berlin, "Two Concepts of Liberty".
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