Pode-se dizer que as lutas políticas iniciadas nas Regências só se esgotam em 1845, com o final da Guerra dos Farrapos, e, sobretudo em 1849, quando é sufocada a Praieira, em Pernambuco, rebelião que, apesar de ter começado durante o Segundo Reinado, fechou o ciclo de revoltas do período anterior.

(SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador. SP: Companhia das Letras, 2008, p. 118.)

Tomando por base o contexto no qual ocorreu a Revolução Praieira (1848-1849), em Pernambuco, durante o Segundo Reinado, assinale a alternativa na qual aparecem elementos que nos permitem classificá-la como “a última rebelião do Período Regencial”.

Por ser separatista e republicana, como todas as rebeliões regenciais, além de ter sido a última revolta do século XIX no Brasil, a Revolução Praieira, ao ser reprimida, marca o início da era de pacificação política do país.

Ao exigir o fim do Poder Moderador e defender a preservação da unidade territorial, a exemplo da maior parte das rebeliões regenciais, a Praieira aproxima-se dos ideias dos movimentos anteriores.

O movimento praieiro, a exemplo das rebeliões regenciais, opôs liberais e conservadores e não contou com a participação de camadas menos privilegiadas da sociedade.

Por ser caracterizada como uma revolta social, a exemplo da maior parte da rebeliões regenciais, e por ter tido sucesso em suas principais reivindicações, a Praieira garantiu a estabilidade política do país após seu fim.

A Praieira, como grande parte das rebeliões regenciais, era republicana, além de, com sua repressão, o Brasil passar a viver um período de relativa estabilidade política, com a pacificação das relações entre liberais e conservadores.

Gabarito comentado

Paula DelgadoMonitor do Qconcursos

Tema central: A questão aborda a Revolução Praieira (1848-1849) e sua relação com as rebeliões do Período Regencial (1831-1840), exigindo análise comparativa entre as características desses movimentos e o contexto político do Brasil no século XIX.

Contexto histórico e conceito-chave: A Revolução Praieira foi um movimento liberal e republicano ocorrido em Pernambuco durante o Segundo Reinado. Porém, ela compartilha traços essenciais das revoltas regenciais, como o cunho antilusitano, reivindicações políticas de abertura do poder e contestação da centralização imperial. Sua repressão marcou o início de um período de estabilidade política sob o Império.

Justificativa da alternativa correta – E:

A alternativa E destaca corretamente que a Praieira tinha caráter republicano, assim como parte significativa das rebeliões regenciais (ex: Cabanagem, Sabinada), e que, com sua repressão, o país passou a viver um período de estabilidade política, com maior conciliação nas relações entre liberais e conservadores (política da conciliação).

Assim, esta alternativa sintetiza os elementos essenciais que a classificam como “a última rebelião do Período Regencial”: republicanismo, luta de partidos e transição para estabilidade política pós-repressão.

Análise das incorretas:

A) Errada. A Praieira não foi separatista; não buscava independência de Pernambuco, mas reformas políticas nacionais. Ademais, não foi a última revolta do século XIX.
B) Errada. Defendeu o fim do Poder Moderador, mas não expressou defesa da unidade territorial como a maioria das rebeliões regenciais, que costumavam ser separatistas.
C) Errada. A Praieira contou, sim, com participação de camadas menos privilegiadas, como pequenos proprietários e trabalhadores urbanos.
D) Errada. Foi uma revolta social, mas não teve sucesso em suas reivindicações; sua repressão é que possibilitou a estabilidade.

Dica de interpretação: Atenção ao uso de termos presentes em vários movimentos (“republicano”, “separatista”, “sucesso”) e à sequência temporal apontada no enunciado. Evite generalizações e busque características específicas fundamentadas em autores de referência como Lilia Schwarcz.

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