Questão 97163365-00
Prova:UEMG 2019
Disciplina:Português
Assunto:Interpretação de Textos, Noções Gerais de Compreensão e Interpretação de Texto

"Responda rápido. O maior índice de crescimento de novos universitários foi registrado em que faixa etária, de acordo com o último Censo do Ensino Superior?


A – 18 a 24 anos C – 40 a 49 anos

B – 24 a 39 anos D – Acima dos 50 anos


Não sabe? Quer a ajuda dos universitários? Cuidado, a maioria talvez não saiba. São os cinqüentões, sessentões e setentões que estão brilhando nos vestibulares. Entraram na vida acadêmica, em 2001, 23% a mais de alunos nessa faixa etária em comparação ao ano anterior. São quase 11 mil contra 8.700 em 2000. A tendência é de crescimento maior em 2002, mas os números só serão divulgados no final deste ano. Essa ocupação da “terceira idade”, nas universidades não se deve por acaso. Basta se ater à explicações do sociólogo Ruda Ricci, professor da PUCMinas, para ver sentido nessa mudança. Ele levanta dois fatores: a cobrança de qualificação pelo mercado de trabalho na década de 90 e a dispensa de pessoas com mais de 45 anos. “O ideal para as empresas eram funcionários na faixa dos 35 anos. Abaixo disso eram consideradas inexperientes e acima não teriam agilidade, já estariam burocratizadas.” Para as empresas, era mais fácil dar treinamento aos jovens. Aos quase cinqüentões só restava uma saída: voltar a estudar ou abrir negócio próprio. Some-se a isso a mudança na previdência, que retardou a aposentadoria, e o aumento na expectativa de vida. “O mercado percebeu que eles são experientes e buscam qualificação. Têm a receita ideal para um bom profissional”, afirma Ruda Ricci, que acredita na multiplicação das oportunidades de trabalho, nos próximos anos, para os cinqüentões. E não está só. Robert Critcheley, autor do livro Reavaliando sua carreira, também vê boas perspectivas. “Hoje convivemos com a primeira geração que chega a essa idade em perfeitas condições físicas e intelectuais.” É só encarar o desafio e saber que a idade mental é mais importante que a cronológica."

(ARRIEL, Silvânia - Revista Encontro. Abril/2003, p. 43)


“É só encarar o desafio e saber que a idade mental é mais importante que a cronológica.”

O termo assinalado tem função semelhante em:

A
“Hoje convivemos com a primeira geração que chega a essa idade em perfeitas condições físicas e intelectuais.”
B
“O mercado percebeu que eles são experientes e buscam qualificação.”
C
“São os cinqüentões, sessentões e setentões que estão brilhando nos vestibulares.”
D
“Some-se a isso a mudança na previdência, que retardou a aposentadoria...”

Gabarito comentado

G
Gisele Freitas Monitor do Qconcursos

Tema central: Esta questão aborda interpretação de texto e análise sintática do termo “que”, especialmente no reconhecimento da função das orações subordinadas introduzidas por esse termo conforme a norma-padrão da Língua Portuguesa.

Justificativa da alternativa correta – Letra B

No enunciado (“... saber que a idade mental é mais importante que a cronológica”), o termo “que” introduz uma oração subordinada substantiva objetiva direta. Essa oração desempenha a função de objeto direto do verbo “saber”. Segundo o que afirma Celso Cunha & Lindley Cintra, oração subordinada substantiva objetiva direta é aquela que exerce a função de objeto direto do verbo da oração principal (“Ele afirmou que viria”).

Na alternativa B – “O mercado percebeu que eles são experientes e buscam qualificação”, o “que” também introduz uma oração substantiva objetiva direta: o verbo “percebeu” tem como objeto aquilo que foi percebido. Ou seja, a função gramatical do termo “que” é idêntica à da frase do enunciado.

Análise das alternativas incorretas

A) “Hoje convivemos com a primeira geração que chega a essa idade...” – Aqui, o “que” introduz uma oração subordinada adjetiva restritiva, caracterizando “a primeira geração”. Não exerce papel de objeto, mas de pronome relativo.

C) “São os cinqüentões,... que estão brilhando nos vestibulares” – Novamente, “que” é um pronome relativo, introduzindo uma oração adjetiva explicativa, acrescentando informação.

D) “Some-se a isso a mudança na previdência, que retardou a aposentadoria...” – Nesta construção, o “que” também é pronome relativo, introduzindo uma oração adjetiva explicativa sobre “a mudança na previdência”.

Como interpretar e evitar pegadinhas:

Uma dica essencial para acertar esse tipo de questão é identificar se o “que” retoma um termo anterior (pronome relativo) ou se introduz uma explicação/complemento do verbo principal (subordinada substantiva, geralmente com verbos que indicam dizer, perceber, saber, afirmar). Observe se a informação após o “que” pode ser substituída por “isto” ou “isso”: se sim, provavelmente é uma oração substantiva objetiva direta.

Segundo Evanildo Bechara (Moderna Gramática Portuguesa), “o que será substantivo integrante da oração toda vez que não possuir um antecedente substantivo a que se refira”.

Resumo: A alternativa B é correta, pois, assim como no enunciado, o “que” introduz oração subordinada substantiva objetiva direta.

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