As negociações de paz na Irlanda do Norte tiveram início na década de 1990, numa caminhada que teve culminância em 2005, quando o Exército Republicano Irlandês (IRA) se comprometeu a abandonar definitivamente as ações armadas.
Considerando-se o processo de pacificação na Irlanda do Norte e a conseqüente renúncia da luta armada pelo IRA, é CORRETO afirmar que
Considerando-se o processo de pacificação na Irlanda do Norte e a conseqüente renúncia da luta armada pelo IRA, é CORRETO afirmar que
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: as negociações para acabar com o conflito na Irlanda do Norte (The Troubles) nas décadas de 1990–2005 — atores, cronologia e fatores internacionais que levaram à renúncia da luta armada pelo IRA.
Resumo teórico: o processo culminou com o Acordo de Belfast (Good Friday Agreement, 1998) e a declaração final do IRA em 2005 sobre o fim da campanha armada. Dois fatores externos foram decisivos: o apoio diplomático e de mediação dos Estados Unidos (nomeadamente o papel do senador George Mitchell, indicado por Clinton) e uma opção política britânica renovada com a chegada do Partido Trabalhista ao governo (Tony Blair, 1997), que adotou uma postura mais disposta ao diálogo e a concessões políticas que integrassem o Sinn Féin nas negociações.
Justificativa da alternativa D: as negociações foram efetivamente facilitadas pela ascensão dos trabalhistas na Inglaterra (que promoveram uma abordagem mais favorável ao acordo político) e contaram com importante apoio e mediação dos EUA (George Mitchell presidiu a comissão de investigação e mediou as conversações; a administração Clinton ofereceu legitimação e pressão diplomática). Fontes fundamentais: Good Friday Agreement (1998); relatório e mediação de George Mitchell (1996–98); atuação de Tony Blair e da administração Clinton.
Por que as outras alternativas estão incorretas:
A — "decorrência de derrota militar": incorreto porque não houve derrota militar definitiva que obrigasse o IRA a capitular. O fim da violência foi resultado de negociações políticas, desgaste operacional e escolha estratégica de transição para a política eleitoral, não de uma derrota militar clara.
B — "opção pela paz por desenvolvimento da comunidade católica": impreciso. Houveram mudanças socioeconômicas, mas a decisão do IRA foi motivada por fatores políticos e estratégicos (esgotamento, pressão internacional, oferta de participação política), não simplesmente por superioridade demográfica ou econômica dos católicos.
C — "devido ao fim da URSS": não procede. O IRA não dependia da União Soviética como patrono político ou material; seu apoio internacional vinha mais de redes irlandesas e do ativismo na diáspora (EUA). O colapso soviético não foi causa direta da desistência das armas.
Dicas de interpretação: atente ao contexto temporal (anos 1990, Good Friday Agreement 1998, declaração de 2005) e aos atores-chave (Blair, Clinton, George Mitchell, Sinn Féin). Em questões sobre processos de paz, procure fatores diplomáticos e políticos antes de assumir explicações puramente militares ou econômicas.
Fontes sugeridas: Good Friday Agreement (1998); relatório de George Mitchell; estudos introdutórios como Richard English, "Armed Struggle" e relatos jornalísticos contemporâneos.
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