Com base nos conhecimentos sobre a concepção
kantiana de tempo, assinale a alternativa correta.
Texto I
O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna.
Se a condição particular da nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não
adere aos próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui.
(KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur
Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p.47. Coleção Os Pensadores.)
Texto I
O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição interna. Se a condição particular da nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não adere aos próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui.
(KANT, I. Crítica da razão pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p.47. Coleção Os Pensadores.)
Gabarito comentado
Alternativa correta: A
Tema central: a questão trata da concepção kantiana de tempo como forma pura da intuição interna — conceito-chave para entender a epistemologia de Kant: como os seres humanos tornam possível a experiência dos fenómenos.
Resumo teórico claro: Para Kant (Crítica da Razão Pura), o tempo não é propriedade dos objetos em si, nem um conceito extraído da experiência. É uma condição a priori da sensibilidade: uma forma pura de intuição que torna possível ordenar internamente os acontecimentos. Ou seja, antes de qualquer experiência, o sujeito já dispõe da forma temporal que estrutura todas as intuições internas; sem ela não haveria percepção temporal dos fenómenos.
Justificativa da alternativa A: A afirmação de que “o tempo é uma condição a priori de todos os fenômenos em geral” corresponde literalmente à tese kantiana: tempo é condição necessária e universal para a possibilidade dos fenômenos (experiências) — logo, é a alternativa correta.
Análise das alternativas incorretas:
B — “representação relativa subjacente às intuições”: embora Kant chame o tempo de representação (Vorstellung) e diga que é “subjetivo” (não adere aos objetos em si), o adjetivo “relativa” pode sugerir dependência empírica ou contingente. O ponto essencial é que o tempo é a priori, não meramente relativo no sentido empirista; portanto, a alternativa é enganosa.
C — “conceito discursivo, ou seja, um conceito universal”: Kant distingue formas puras da intuição (tempo e espaço) dos conceitos discursivos. O tempo não é um conceito discursivo (conceito geral pensado), mas uma intuição pura; logo, C está errada.
D — “conceito empírico”: incompatível com Kant. O tempo não é abstraído da experiência; é pré-condição que torna qualquer experiência possível. Portanto, D está incorreta.
E — “tempo, a partir da soma dos instantes, é infinito”: essa é uma afirmação metafísica que não expressa a tese kantiana central. Kant trata da forma do tempo, não da simples soma de instantes para definir sua infinitude; assim, E é inadequada.
Dica para prova: procure palavras-chave kantianas: “a priori”, “forma da intuição”, “fenômeno” e “sujeito”. Alternativas com termos ambíguos (relativo, empírico, discursivo) costumam ser pegadinhas.
Fonte principal: Immanuel Kant, Crítica da Razão Pura (1781/1787). Para aprofundar: Allison, H. E.; Guyer, P. (introduções e comentários contemporâneos).
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