Por que, segundo o filósofo Emanuel Kant, o mais
importante não é aprender filosofia mas, sim, aprender
a filosofar, pois, pelo ato de filosofar:
1) o indivíduo se educa para o raciocínio.
2) o indivíduo persegue as últimas verdades.
3) se atinge a verdadeira felicidade humana.
4) se encontra o sentido profundo dos mitos.
5) se atinge a razão de ser de existirmos.
Estão corretas apenas:
Gabarito comentado
Alternativa correta: A (1 e 2).
Tema central: trata-se do sentido kantiano de “aprender a filosofar” — isto é, formar-se para o uso crítico e autônomo da razão. Para resolver a questão é preciso associar cada proposição aos princípios kantianos: autonomia da razão, crítica às pretensões metafísicas e finalidade moral da razão prática.
Resumo teórico conciso: em “What is Enlightenment?” Kant defende o lema Sapere aude — ousar pensar por si mesmo — e afirma que a educação filosófica tem por função tornar o indivíduo capaz de raciocinar criticamente. Na Crítica da Razão Pura, ele também mostra que a razão busca princípios últimos, mas tem limites diante do “númeno” (coisa-em-si): o filosofar é a busca crítica das últimas verdades, entendida como atividade racional, não garantia de acesso a verdades metafísicas absolutas.
Justificativa da alternativa A (1 e 2):
1) Correto — Kant valoriza a educação para o raciocínio: filosofar treina a faculdade crítica, promovendo autonomia intelectual (autonomia da razão).
2) Correto — philosophar implica a busca pelos princípios últimos e questionamentos fundamentais; Kant entende a razão como inclinada a perseguir “últimas” questões (embora reconheça limites epistemológicos).
Análise das alternativas incorretas:
3) Errada — para Kant, felicidade não é o fim central do filosofar; a moralidade e a autonomia prática (dever) têm prioridade sobre a mera busca da felicidade.
4) Errada — Kant não coloca o sentido dos mitos como objetivo do filosofar; a sua preocupação é com a razão crítica, não com interpretações mitológicas profundas.
5) Errada — afirmar que se atinge a “razão de ser de existirmos” seria atribuir à filosofia kantiana a posse de uma metafísica última e conclusiva; Kant justamente mostra que a razão tem limites e não garante conhecimento do “númeno” ou de um sentido absoluto da existência.
Dica de prova: ao identificar alternativas, procure termos típicos do autor: “autonomia”, “uso público/privado da razão”, “Sapere aude” → provável Kant; expressões como “alcançar sentido último da existência” ou “felicidade garantida” costumam ser exageros e indicam erro.
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