O fim do governo Jango e o início do regime militar brasileiro
foi marcado, dentre outros aspectos,
Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
O decênio de 1960 foi primeiro turbulento e depois terrível.
(...) Na fase inicial, período Goulart, houve um aumento de interesse
pela cultura popular e um grande esforço para exprimir as
aspirações e reivindicações do povo − no teatro, no cinema, na
poesia, na educação. (...) Mas o timbre dos anos 60 e sobretudo 70
na literatura foram as contribuições de linha experimental e
renovadora, refletindo de maneira crispada, na técnica e na
concepção da narrativa, esses anos de vanguarda estética e
amargura política.
(Antonio Candido. A educação pela noite e outros ensaios.
S. Paulo: Ática, 1987. p. 208-209)
Gabarito comentado
Alternativa correta: C
Tema central: o fim do governo de João Goulart (1961–1964) e o início do regime militar em 1964. É preciso compreender o contexto político — crise do Estado populista, polarização social e a atuação de setores militares e civis conservadores — que levou à deposição do presidente.
Resumo teórico e fontes: após a crise dos anos 50–60, o chamado Estado populista sofreu desgaste (problemas econômicos, conflitos com elites e medo da esquerda). Em abril de 1964 as Forças Armadas, com apoio de setores empresariais, políticos conservadores e parte da mídia, deram um golpe que depôs Goulart, legitimando-se como a “Revolução Democrática Brasileira”. (Ver: Boris Fausto, História do Brasil; Thomas E. Skidmore, Brasil: de Getúlio a Castelo.)
Justificativa da alternativa C: a alternativa descreve corretamente que o presidente foi deposto pelos autores do golpe, autodenominados “Revolução Democrática Brasileira”, e que o episódio ocorreu num contexto de crise do Estado populista e com adesão relevante de setores da sociedade (elite política e econômica, parcela da mídia e setores militares). Essa formulação está alinhada com a interpretação consolidada pela historiografia.
Análise das alternativas incorretas
A — exagera o papel do Comício da Central do Brasil. Goulart falou e houve apelo político, mas não há registro de uma conclamação generalizada às armas que explique, por si só, a deposição; a causa foi o golpe organizado por militares e apoiado por setores civis.
B — confunde períodos e medidas: o Plano de Metas é associado ao governo Juscelino Kubitschek (1956–1961), não a Jango. A afirmação sobre Parlamentarismo minando poderes presidenciais também está deslocada no tempo e não explica o golpe de 1964.
D — mistura fatos parciais: houve apoio diplomático dos EUA ao golpe (debatedo como “Operação Brother Sam”), mas Goulart não renunciou — foi deposto. Apresentar renúncia como causa é incorreto.
E — inverte a realidade: a Rede da Legalidade (liderada por Leonel Brizola) defendia a legalidade e resistia ao golpe, não apoiava os militares; não foi ela que garantiu apoio popular aos militares.
Dica de interpretação de enunciados: identifique termos-chave (deposição, renúncia, apoio civil, operações estrangeiras) e cheque coerência histórica (datas, nomes de planos e governos). Pegadinhas comuns misturam fatos de períodos distintos ou atribuem renúncias onde houve cassação/deposição.
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