A política externa norte-americana se diferenciou, conforme o
momento histórico, no que se refere às suas relações
mantidas com o Irã, o Paquistão e o Afeganistão, o que se
percebe pelo apoio dos Estados Unidos
A semana marcou ainda o 31° aniversário da
revolução dos aiatolás do Irã, ocorrida apenas
alguns meses antes da invasão do Afeganistão.
Os iranianos derrubaram o regime do xá Reza
Pahlevi, instalado em 1953, graças a golpe
planejado pela mesma CIA, que usou as verbas
secretas do deputado Wilson para recrutar e
armar os radicais islâmicos do lado paquistanês
da fronteira com o Afeganistão.
O mínimo que se pode dizer é que, no Irã,
Afeganistão e Paquistão, os EUA colhem hoje o
que a CIA plantou com a colaboração de gente,
como o deputado Wilson. [...] Osama Bin Laden
foi treinado pela CIA para atacar os russos; gostou
e atacou depois o World Trade Center, em Nova
York. E as bombas atômicas do Paquistão (real)
e do Irã (hipotética) devem-se, ao menos em parte,
à igual cortesia da CIA. (A SEMANA..., 2010).
Gabarito comentado
Resposta correta: C
Tema central: a política externa dos EUA durante a Guerra Fria e a Guerra Fria tardia, especialmente o apoio norte‑americano a grupos afegãos (mujahidin) contra a invasão soviética do Afeganistão (1979–1989).
Resumo teórico e contexto: Em 1979 a União Soviética invadiu o Afeganistão; os EUA, no quadro da contenção soviética, financiaram e armaram grupos muçulmanos afegãos — os “mujahidin” — por meio de um programa da CIA conhecido como Operation Cyclone, com o Paquistão (ISI) como intermediário. O objetivo era desgastar a URSS sem um confronto direto. (Ver: Steve Coll, Ghost Wars; documentos sobre Operation Cyclone.)
Por que a alternativa C está certa: Ela descreve exatamente a política americana da década de 1980: apoio a mujahidin afegãos interessados em resistir à invasão soviética. O enunciado fala em recrutamento e armas do lado paquistanês da fronteira — referência direta ao mecanismo real usado pelos EUA/CIA.
Análise das alternativas incorretas
A: fala do Irã na Primeira Guerra do Golfo e da derrubada de “Saddam Hussein”. Erro factual: Saddam era ditador do Iraque; a Primeira Guerra do Golfo (1990–1991) teve os EUA contra o Iraque após a invasão do Kuwait — não um apoio dos EUA ao Irã para derrubar Saddam.
B: afirma que os EUA apoiaram “o regime dos aiatolás” contra o regime iraniano — incoerência: os aiatolás são o regime iraniano (Revolução de 1979). Na verdade, os EUA não apoiaram os aiatolás; antes, em 1953, a CIA participou do golpe que reinstalou o xá Reza Pahlevi contra Mossadegh (Operation Ajax).
D: diz que os EUA apoiaram o Talibã para exterminar grupos liderados por Osama bin Laden. Falso: o Talibã surgiu após a guerra civil afegã; até 2001 os EUA não apoiaram o Talibã — pelo contrário, depois do 11/9 os EUA combateram o Talibã para derrotar a Al-Qaeda e capturar Bin Laden.
E: ideia fantasiosa: sugere apoio dos EUA ao Paquistão contra uma suposta “propagação de ideias pacifistas de Gandhi” pela Índia. Não há base histórica para esta afirmação; as relações EUA‑Paquistão estiveram ligadas a interesses estratégicos e nucleares, não a um combate a ideias gandhianas.
Dica de prova: identifique datas e atores (ex.: 1979 invasão soviética → mujahidin; década de 80 → CIA/Operation Cyclone). Distinga claramente mujahidin (anos 80) × Talibã (anos 90) × regimes iraniano/iraquiano. Palavras‑chave e cronologia ajudam a evitar pegadinhas.
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