Acerca do processo de independência no Brasil, isto é, da separação política entre a colônia e a metrópole portuguesas em 1822, é correto afirmar-se que
Gabarito comentado
Alternativa correta: D
Tema central: a natureza social e política da Independência do Brasil (1822). A questão exige compreender se o processo foi fruto de uma revolução popular/nacionalista ou de acordos entre elites que buscavam preservar privilégios.
Resumo teórico: a historiografia dominante mostra que a Independência brasileira teve caráter conservador. Diferente das revoluções atlânticas (França, EUA) ou dos processos de independência na Hispano-América, a ruptura com Portugal não implicou ampla mobilização social nem mudança estrutural do sistema agrário e escravista. O movimento contou com apoio de setores da elite agrária, urbana e do próprio príncipe-regente (D. Pedro), que buscavam autonomia política sem transformar a ordem social. Fontes de consulta: Boris Fausto, História do Brasil; Caio Prado Júnior; Sérgio Buarque de Holanda.
Por que D está correta: a alternativa afirma que a independência “resultou de uma reação conservadora” articulada por setores da elite e pelo Imperador. Isso coincide com evidências históricas: a elite local queria manter suas propriedades, comércio e o sistema escravista, evitando reformas radicais; D. Pedro, representante da monarquia, optou por uma solução que preservasse a hierarquia social e legitimasse uma monarquia constitucional independente. Eventos-chave: o "Dia do Fico" (9/1/1822) e a declaração de 7 de setembro foram ações políticas negociadas, não revoltas populares generalizadas.
Análise das alternativas incorretas:
A — “culminou juntamente com a consolidação da unidade nacional.” Errado: a independência não imediata e totalmente consolidou a unidade territorial. Havia particularismos provinciais e conflitos posteriores (por ex., Confederação do Equador, 1824). A unidade nacional foi um processo longo.
B — “movimento propriamente nacionalista e revolucionário.” Errado: faltou caráter revolucionário e mobilização popular ampla. Não houve ruptura radical das estruturas político-econômicas; predominou a manutenção da ordem interna.
C — “representou a imagem tradicional da colônia em guerra contra a metrópole.” Errado: embora houvesse separação política, não se tratou de guerra generalizada entre massa colonial e Portugal; muitas elites coloniais negociaram a transição.
Estratégia para provas: ao ler termos como “nacionalista”, “revolucionário” ou “guerra” atente para evidências de mobilização popular e ruptura estrutural. Se a alternativa sugere preservação de privilégios ou pacto entre elites, ela costuma ser a mais adequada para o caso brasileiro de 1822.
Fontes recomendadas: Boris Fausto, História do Brasil; Caio Prado Júnior, Formação do Brasil Contemporâneo; Sérgio Buarque de Holanda, Raízes do Brasil.
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