Para a caracterização do subúrbio, o poeta lança mão, principalmente, da(o)
Revelação do subúrbio
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a[vidraça do carro*,vendo o subúrbio passar.O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa, com medo de não repararmos suficientemente em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.A noite come o subúrbio e logo o devolve, ele reage, luta, se esforça,até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais e à noite só existe a tristeza do Brasil.
Quando vou para Minas, gosto de ficar de pé, contra a[vidraça do carro*,vendo o subúrbio passar.O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa, com medo de não repararmos suficientemente em suas luzes que mal têm tempo de brilhar.A noite come o subúrbio e logo o devolve, ele reage, luta, se esforça,até que vem o campo onde pela manhã repontam laranjais e à noite só existe a tristeza do Brasil.
Gabarito comentado
Tema central: Figuras de linguagem – principalmente Personificação (ou Prosopopeia).
O objetivo da questão é avaliar sua capacidade de identificar recursos expressivos utilizados na caracterização do subúrbio pelo poeta. Em vestibulares e concursos, é comum que a banca trabalhe a interpretação de como as figuras de linguagem criam sentido e emoção no texto.
Regra fundamental (Norma-padrão): Segundo Evanildo Bechara em sua Moderna Gramática Portuguesa, a personificação ocorre quando se atribuem qualidades, ações ou sentimentos humanos a seres inanimados ou irracionais.
Aplicação ao texto: Notamos expressões como: “O subúrbio todo se condensa para ser visto depressa, com medo de não repararmos suficientemente em suas luzes...” e “A noite come o subúrbio e logo o devolve, ele reage, luta, se esforça...”. Subúrbio, noite, luzes ganham sentimentos e ações humanas (condensar-se, ter medo, lutar, esforçar-se).
Justificativa da alternativa correta:
A) Personificação – Correta. O texto personifica o subúrbio, descrevendo-o como se tivesse sentimentos e reações humanas, o que enriquece a expressividade poética.
Por que as demais estão incorretas:
- B) Paradoxo: Consiste em unir ideias aparentemente opostas, o que não ocorre de forma central no trecho.
- C) Eufemismo: Suaviza uma expressão dura. Não há suavização no retrato do subúrbio.
- D) Sinestesia: Mistura sensações de sentidos diferentes (visão, audição etc), o que não é o caso.
- E) Silepse: Concordância com a ideia, não com a palavra expressa. Não se aplica ao fragmento.
Estratégia para provas: Quando um texto atribuir sentimento, ação ou vontade a algo não humano, pense imediatamente em personificação. Cuidado com pegadinhas: paradoxo e sinestesia são comuns em alternativas, mas exigem a presença de oposição (paradoxo) ou mistura de sentidos (sinestesia).
Referências: BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. CUNHA & CINTRA. Nova Gramática do Português Contemporâneo.
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