Da leitura desse trecho, é possível afirmar que o segundo parágrafo, em relação ao primeiro,
Quando estava na escola, uma professora pedia relatórios gigantescos e os avaliava mais pela quantidade
de páginas escritas que pela qualidade delas. Como a turma era bastante numerosa, sabíamos que
ela não conseguiria ler toda nossa produção, então escrevíamos com capricho o início e o final do trabalho
e o resto preenchíamos com geradores de texto falso. Ninguém nunca foi reprovado por isso, mas,
mesmo que tenha lido, a professora não deve ter entendido as reflexões criadas por computador.
Essa trapaça (da qual não me orgulho) aconteceu no início dos anos 2000, nos primórdios dos geradores
de texto. Hoje, com o avanço da tecnologia, não seria tanta enganação assim. Contos já foram escritos
por inteligência artificial e é possível programar matérias jornalísticas com algoritmos - algumas agências
de notícias fazem isso com publicações que têm estruturas previsíveis, como esporte e mercado
financeiro. [...]
Disponível em:<http://super.abril.com.br/tecnologia/leitores-confiam-mais-em-textos-gerados-por-maquina> .
Acesso em: 05/05/2016.
Quando estava na escola, uma professora pedia relatórios gigantescos e os avaliava mais pela quantidade de páginas escritas que pela qualidade delas. Como a turma era bastante numerosa, sabíamos que ela não conseguiria ler toda nossa produção, então escrevíamos com capricho o início e o final do trabalho e o resto preenchíamos com geradores de texto falso. Ninguém nunca foi reprovado por isso, mas, mesmo que tenha lido, a professora não deve ter entendido as reflexões criadas por computador.
Essa trapaça (da qual não me orgulho) aconteceu no início dos anos 2000, nos primórdios dos geradores de texto. Hoje, com o avanço da tecnologia, não seria tanta enganação assim. Contos já foram escritos por inteligência artificial e é possível programar matérias jornalísticas com algoritmos - algumas agências de notícias fazem isso com publicações que têm estruturas previsíveis, como esporte e mercado financeiro. [...]
Disponível em:<http://super.abril.com.br/tecnologia/leitores-confiam-mais-em-textos-gerados-por-maquina>
Gabarito comentado
Comentário da Questão
Tema central: Esta questão aborda interpretação de texto, especialmente a análise de relações entre parágrafos e a percepção de como um fato, diante de contextos distintos, pode ser relativizado ao longo do tempo. Para compreender, é fundamental dominar os conceitos de coesão e coerência textual – ou seja, perceber como as ideias se conectam logicamente no texto.
Justificativa da alternativa correta (D):
A alternativa D está correta porque o segundo parágrafo não simplesmente reitera nem nega o que foi narrado no primeiro, mas propõe uma reflexão temporal: a conduta que antes era trapaça, hoje, devido ao avanço tecnológico, teria sido relativizada ou vista sob outra ótica. Essa é a chamada relativização temporal – conceito que, segundo Koch (2016), trata da mudança de sentido atribuída a ações conforme a época ou o contexto em que são analisadas.
Como chegar à conclusão: Leia atentamente ambos os parágrafos e observe termos gatilho como “hoje, com o avanço da tecnologia, não seria tanta enganação assim”. Isso indica claramente a mudança de perspectiva temporal.
Análise das alternativas incorretas:
A) Errada. O autor afirma não se orgulhar do ato, mas não se exime da culpa; ele apenas contextualiza.
B) Errada. Não há afirmação de tolerância, apenas comentário sobre mudanças tecnológicas.
C) Errada. Não se trata de antecipação, mas de reinterpretação de uma prática passada.
E) Errada. O texto não apresenta causa para o ato, apenas discute consequências e reflexões posteriores.
Estratégias para provas:
- Procure expressões que situem a ação no tempo (ex.: “hoje”, “naquela época”).
- Desconfie de alternativas que atribuem sentimentos (eximir culpa) se isso não está explícito.
- Cheque sempre se a opção responde à relação entre os parágrafos (oposição, conclusão, relativização).
Autores como Evanildo Bechara e Koch reforçam que interpretar é ir além do óbvio e perceber como a linguagem reflete transformações culturais e temporais.
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