Das características abaixo, frequentemente encontradas
em crônicas, a única que NÃO se aplica ao texto é:
Agora me digam: como é que, com tio-avô modinheiro
parente de Castro Alves, com quem notivagava na Bahia; pai
curtidor de um sarau musical, tocando violão ele próprio e
depositário de canções que nunca mais ouvi cantadas, como
“O leve batel”, linda, lancinante, lúdica e que mais palavras
haja em “l’s” líquidos e palatais, com versos atribuídos a Bilac;
avó materna e mãe pianistas, dedilhando aquelas valsas
antigas que doem como uma crise de angina no peito; dois tios
seresteiros, como Henriquinho e tio Carlinhos, irmão de minha
mãe, de dois metros de altura e um digitalismo espantosos,
uma espécie de Canhoto (que também o era) da Gávea; como é
que, com toda essa progênie, poderia eu deixar de ser também
um compositor popular…
Vinicius de Moraes, Samba falado:(crônicas musicais).
Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2008. Adaptado.
Agora me digam: como é que, com tio-avô modinheiro parente de Castro Alves, com quem notivagava na Bahia; pai curtidor de um sarau musical, tocando violão ele próprio e depositário de canções que nunca mais ouvi cantadas, como “O leve batel”, linda, lancinante, lúdica e que mais palavras haja em “l’s” líquidos e palatais, com versos atribuídos a Bilac; avó materna e mãe pianistas, dedilhando aquelas valsas antigas que doem como uma crise de angina no peito; dois tios seresteiros, como Henriquinho e tio Carlinhos, irmão de minha mãe, de dois metros de altura e um digitalismo espantosos, uma espécie de Canhoto (que também o era) da Gávea; como é que, com toda essa progênie, poderia eu deixar de ser também um compositor popular…
Vinicius de Moraes, Samba falado:(crônicas musicais). Rio de Janeiro: Beco do Azougue, 2008. Adaptado.