O termo populista é atribuído por parte da historiografia
brasileira a líderes como Getúlio Vargas, uma vez que era
parte de sua estratégia de governo, o
Atenção: Para responder à questão,
considere o texto abaixo.
Com base numa ideia central de Lucien Goldmann, o crítico e historiador Alfredo Bosi propõe, para a moderna ficção
brasileira, enquadramentos como estes:
I. romances de tensão mínima: as personagens não
se destacam visceralmente da estrutura social e da
paisagem que as condicionam. Exemplos, as histórias populistas de Jorge Amado.
II. romances de tensão crítica: o herói opõe-se e
resiste agonicamente às pressões da natureza e da
exploração social. Exemplos, os romances de
Graciliano Ramos.
III. romances de tensão transfigurada: o herói procura
ultrapassar o conflito que o constitui existencialmente
pela transmutação mítica ou metafísica da
realidade: Exemplos, Guimarães Rosa e Clarice
Lispector.
(Apud História concisa da literatura brasileira. São Paulo:
Cultrix, 1970)
Atenção: Para responder à questão, considere o texto abaixo.
Com base numa ideia central de Lucien Goldmann, o crítico e historiador Alfredo Bosi propõe, para a moderna ficção brasileira, enquadramentos como estes:
I. romances de tensão mínima: as personagens não se destacam visceralmente da estrutura social e da paisagem que as condicionam. Exemplos, as histórias populistas de Jorge Amado.
II. romances de tensão crítica: o herói opõe-se e resiste agonicamente às pressões da natureza e da exploração social. Exemplos, os romances de Graciliano Ramos.
III. romances de tensão transfigurada: o herói procura ultrapassar o conflito que o constitui existencialmente pela transmutação mítica ou metafísica da realidade: Exemplos, Guimarães Rosa e Clarice Lispector.
(Apud História concisa da literatura brasileira. São Paulo: Cultrix, 1970)
Gabarito comentado
Alternativa correta: A — trabalhismo
1. Tema central: a questão trata do conceito de "populista" aplicado a Getúlio Vargas. Para responder é preciso entender as práticas políticas do Estado Vargas (1930–1945; 1951–1954) — sobretudo a relação com o mundo do trabalho e as instituições sindicais — e como a historiografia nomeia esse conjunto de medidas.
2. Resumo teórico: o populismo varguista é geralmente entendido como uma estratégia baseada no trabalhismo — isto é, concessões e benefícios sociais ao trabalhador (leis trabalhistas, criação do Ministério do Trabalho, políticas de proteção) combinadas com controle estatal sobre sindicatos e limitação da livre organização. Marco legal importante: a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT, 1943). Autores de referência: Boris Fausto, José Murilo de Carvalho (historiografia brasileira sobre Vargas).
3. Justificativa da alternativa A: “trabalhismo” descreve bem a tática varguista citada no enunciado: garantir direitos e benefícios aos trabalhadores concomitantemente ao cerceamento da autonomia sindical e à forte intervenção estatal. A criação do Ministério do Trabalho (1930), a legislação trabalhista e a estrutura corporativista mostram essa combinação — portanto A é a opção correta.
4. Por que as outras alternativas estão erradas:
B — paternalismo: embora Vargas recorresse a medidas assistencialistas, a alternativa erra ao afirmar que isso implicou "amplas reformas no campo" e “colocou em cheque o apoio da burguesia”. Na prática, Vargas preservou bases agrárias e buscou apoio de setores da elite rural; reforma agrária ampla não foi a marca do seu governo.
C — nacionalismo: o governo cultuou simbolismos nacionais, mas não houve a “plena identificação do povo à nação” nem a “inexistência de oposição”. Houve resistência e setores contrários (pressões políticas e elites descontentes em momentos diversos).
D — queremismo: termo histórico se refere a um movimento pró-Vargas em 1945 (“Queremista”), mas não é a designação da estratégia governamental que instituiu o Estado Novo (1937). Além disso, reduzir o populismo apenas ao “culto à personalidade” e à criação do Estado Novo é impreciso.
E — peleguismo: descreve líderes sindicais colaboracionistas (pelegos) e compra de apoio, aspecto presente, mas não captura com precisão a prática central do regime: a política trabalhista estatal e o marco legal/corporativo. A alternativa exagera ao dizer que centrais “atendiam a todos os interesses” dos trabalhadores.
5. Estratégia de resolução: ao ler enunciados sobre regimes políticos, destaque palavras-chave (ex.: “concomitante”, “cerceamento”, “sindicatos”) e compare com fatos históricos (criação do Ministério do Trabalho; CLT; controle corporativista). Elimine alternativas que apresentam exageros temporais ou contradições com fontes históricas.
Fontes rápidas: CLT (1943); estudos de Boris Fausto e José Murilo de Carvalho sobre Vargas e o Estado Novo.
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