O Governo Vargas, no período do Estado Novo (1937-1945), é caracterizado por sua proximidade ideológica com regimes de força
vigentes no mundo neste período, notadamente o nazi-fascismo. No Brasil, esta relação se expressou também a partir do uso da
propaganda política de massa, divulgada sob controle direto do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). Em relação ao
Governo Vargas no Estado Novo e a propaganda política por ele veiculada, assinale a afirmativa correta.
Gabarito comentado
Resposta correta: E
Tema central: propaganda política no Estado Novo (1937–1945) e a construção da imagem do regime e de Getúlio Vargas mediante o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP). É importante saber como funcionava a ação estatal de comunicação, suas inspirações europeias e os limites do autoritarismo brasileiro.
Resumo teórico: O Estado Novo reuniu recursos de propaganda de massa (rádio, cinema, imprensa, cartazes) para promover nacionalismo e culto à figura do chefe. O DIP centralizou a produção e censura de conteúdos. Embora inspirado em técnicas do nazifascismo (uso de símbolos, espetacularização e controle da imagem), o regime brasileiro não reproduziu integralmente o totalitarismo europeu — havia adaptações ao contexto nacional e a manutenção de espaços políticos limitados. Fontes úteis: estudos de Boris Fausto e de Thomas Skidmore; documentos sobre o DIP e a CLT (Decreto-Lei de 1º/5/1943).
Por que a alternativa E é correta: Ela reconhece que a propaganda do Estado Novo foi inspirada no modelo nazifascista e que houve uma estratégia deliberada de construção da imagem do regime e de Vargas como representante do povo. O DIP organizou campanhas que ligavam o chefe à nação, usando símbolos, filmes e rádios para criar identificação e legitimidade.
Análise das incorretas:
A — incorreta: exagera ao afirmar que o sistema de propaganda foi importado "em todas as suas proporções" e que o regime foi plenamente totalitário. O Estado Novo teve características autoritárias, mas não copiou integralmente as estruturas políticas e repressivas do nazifascismo.
B — incorreta: afirma que a propaganda visava promover democracia e liberdade política. Na prática, buscava legitimar medidas autoritárias e o projeto nacional-estatista; a CLT (1943) foi usada como exemplo de ação social do Estado, não como expressão de liberdade política plena.
C — incorreta: é confusa quanto à relação com a Igreja. O regime reprimiu comunistas (AIB, PCB etc.), mas a Igreja Católica não se aproximou da URSS; ao contrário, posicionou-se majoritariamente contra o comunismo.
D — incorreta: cita meios corretos (rádio, cinema, jornais) mas erra ao incluir TV (a televisão só se difundiu no Brasil depois) e ao afirmar que o objetivo era democratizar — o projeto era modernizador e autoritário, não democratizante.
Dica de prova: Procure termos-chave (totalitário, TV, objetivo democrático, apoio da Igreja) que costumam ser pegadinhas. Sempre compare inspiração (técnicas) com realidade (limites institucionais) antes de aceitar afirmações absolutas.
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